Bolsonaro, que já havia dito, sem provas, que a eleição de 2018 foi fraudada, embora tenha ganho, agora afirma, novamente sem comprovação, que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o governador de São Paulo, João Doria, e parte do STF querem tirá-lo do poder. Disse isso a líderes partidários na quinta-feira, 16. Informou ter um “dossiê” mostrando a “conspiração”, mas não mostrou nenhum indício nesse sentido. Mais uma acusação grave e leviana. Se ele mandou fazer o tal “dossiê”, fica configurado um evidente crime de responsabilidade por mandar investigar outros poderes. Se acusou sem nada provar é mais sério ainda, pois pode ser responsabilizado por perjúrio, crime especificado no artigo 342 do Código Penal, que diz ser ilegal “fazer afirmação falsa”.
Extrapolou
Para passar o caso a limpo, o senador Alessandro Vieira está convocando ao Senado o general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI. Ele quer saber quem do governo fez o “dossiê” para investigar autoridades dos outros poderes. Quer as provas, pois entende que Bolsonaro “extrapolou em sua competência”, incorrendo em crimes previstos na Constituição.
Ódio
Os ataques de Bolsonaro a Maia fizeram os aliados do “gabinete do ódio” disparar ofensas em massa ao presidente da Câmara. Em dois dias, Maia foi alvo de 1,6 milhão de posts, somente no Twitter, que partiram de 238 mil perfis. Depois, Bolsonaro não entende por que perde todas as discussões no Congresso. E Maia nem pensa no impeachment.
Comprou a briga
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, tomou para si as dores do ataque de Bolsonaro a Maia. Tirou de pauta na sexta-feira, 17, a votação da MP do “Contrato Verde e Amarelo”, para estimular a contratação de jovens, em mais uma derrota acachapante para o governo. A MP caducou na segunda-feira, 20. Agora, o governo vai ter que editar nova MP. Bolsonaro não entende nada de política. Do que ele entende?
Fonte: Germano Oliveira/IstoÉ
Foto: Kleyton Amorim/UOL e Waldemir Barreto
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