A CPFL Renováveis conseguiu antecipar em oito meses a entrada em operação do parque eólico Morro dos Ventos II, no Rio Grande do Norte. Vendido no leilão A-5 de 2011, o projeto deveria começar a operar apenas no início do próximo ano, mas já está pronto e liberado para vender energia no mercado de curto prazo até o início da vigência do contrato.
Os esforços para colocar o projeto de pé o quanto antes ocorreram por conta da oportunidade aberta pela expectativa de que os preços no mercado spot permaneçam elevados até o fim do ano, afirma André Dorf, presidente da companhia. A CPFL não divulga suas estimativas para o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), mas, se a cotação se mantiver no teto regulatório de R$ 388,48 por megawatt-hora (MWh), como vem ocorrendo desde janeiro, a receita adicional do projeto pode alcançar até R$ 34,2 milhões. O valor leva em conta a capacidade de 29,2 megawatts (MW) do parque -suficiente para abastecer uma cidade com 56 mil habitantes - e a garantia física de 15,3 MW médios.
Dorf explica que o adiantamento foi possível graças às sinergias com outros dois empreendimentos na região. "Foi possível compartilhar as estruturas da subestação e linhas de transmissão e usar as mesmas equipes que estão construindo os outros parques próximos", explica o executivo.
Além disso, havia disponibilidade de máquinas por parte da GE para entrega antes do prazo, sem custos adicionais. Dorf garante que a antecipação não trouxe investimentos adicionais aos já previstos. "A média de custo por MWh ficou entre R$ 4,5 milhões e R$ 5 milhões, como estimado. A taxa de retorno do projeto aumentou muito com a entrada antes do previsto", disse.
Apesar da oportunidade de ganho aberta pelos preços elevados no mercado de curto prazo, o executivo afirma que não pretende antecipar novas obras. A companhia está construindo mais dois complexos eólicos no Rio Grande do Norte, com 231 MW de capacidade, e previsão de entrega a partir do segundo trimestre de 2016.
No portfólio de construção da CPFL Renováveis, está também uma pequena central hidrelétrica (PCH) em Minas Gerais, com 24 MW de capacidade, que será entregue no próximo ano, e um complexo eólico no Ceará, com 51,3 MW, com previsão de entrega em 2018. "Tudo está dentro do cronograma", afirmou Dorf.
Fonte: Nathália Viri/http://twishort.com/Josivan Barbosa
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