Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) pediu dinheiro emprestado ao bicheiro. Câmara decidiu que caso é censurável, mas não o suficiente para a cassação.
O Plenário da Câmara aprovou nesta quarta-feira (23), por 353 votos a 26, o parecer do Conselho de Ética que suspende por 90 dias o mandato do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO). A punição foi aprovada no ano passado por conta das relações entre o deputado e o bicheiro goiano Carlinhos Cachoeira.
A suspensão do mandato passa a valer a partir da publicação de uma resolução no Diário da Câmara incorporando a decisão do Plenário. Durante os 90 dias de suspensão, Leréia ficará sem salário, cota parlamentar ou verba de gabinete. Todos os funcionários do gabinete perderão o cargo. Nenhum suplente assume o mandato durante o período de suspensão. Isso somente poderia ocorrer se a suspensão fosse maior que 120 dias.
Ao se defender, Leréia disse que nunca escondeu a amizade com Carlinhos Cachoeira. "Tenho altivez para dizer que não nego amizade. Carlos Cachoeira era e é ainda meu amigo”, disse. Ele reconheceu que pediu dinheiro emprestado ao bicheiro, mas afirmou que a dívida já foi paga. "Eu pedi, mas já paguei, e isso está demonstrado no meu Imposto de Renda", disse. Leréia negou que tenha feito qualquer ilegalidade com Cachoeira.
O relatório do Conselho de Ética sobre o caso de Leréia não recomendou a cassação de mandato do deputado. Segundo o parecer, o comportamento de Leréia não exige a pena de cassação, mas é censurável.
Esta é a primeira vez em que o Plenário opta por uma pena de suspensão do mandato em vez da cassação. Isso foi possível por conta da reforma do Código de Ética, em 2011, que criou a possibilidade de outras punições como censura; suspensão de prerrogativas regimentais por até seis meses; suspensão do exercício do mandato por até seis meses; e perda de mandato.
Fonte: http://epoca.globo.com/ , com Agência Câmara
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