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terça-feira, 3 de abril de 2018

PREFEITO É INVESTIGADO POR SUSPEITA DE ASSÉDIO SEXUAL.

Duas servidoras públicas relataram para a polícia ações do suspeito. Vídeo gravado por uma delas mostra o político falando sobre cargos e a convidando a ir a seu apartamento.

A Polícia Civil investiga duas denúncias de assédio sexual feitas por servidoras públicas de Não-Me-Toque, no Norte do Rio Grande do Sul, contra o prefeito da cidade, Armando Carlos Roos (PP). Um vídeo gravado por uma delas mostra o prefeito conversando com a mulher sobre o cargo que ela ocuparia na prefeitura e a convidando para ir a seu apartamento.
Uma coletiva de imprensa abordou o assunto na tarde desta terça-feira (3) em Carazinho, cidade vizinha. De acordo com o delegado Gerri Adriani Mendes, como o suspeito tem foro privilegiado, as sequências das investigações dependem do aval do Tribunal de Justiça. A primeira denúncia foi feita no ano passado.
"Nós remetemos todos os documentos ao Tribunal de Justiça para que ele autorizasse a apuração desse crime. Cerca de um mês depois, a gente recebeu um ofício do Ministério Público solicitando algumas diligências em relação ao primeiro caso de assédio. Que fossem ouvidas testemunhas e apontadas outras vítimas, caso tivesse, já que a própria vítima que registrou disse que tinha conhecimento que outras pessoas poderiam testemunhar ou apresentar outros casos", relata.
Enquanto realizava a investigação, a polícia recebeu o segundo registro de assédio sexual, neste ano. De acordo com o delegado, a autora chegou nervosa à delegacia.
"Ela trouxe vários documentos, que mostravam as tratativas de assédio, incluindo o vídeo que teria sido gravado um ano atrás, quando ocorreu a contratação dela. Neste vídeo, se pode perceber pelos diálogos, que havia algum condicionamento na contratação dela", explica.
O vídeo, gravado de forma escondida pela servidora, circula desde segunda-feira (2) em redes sociais e grupos de conversa. Nas imagens, o suspeito negocia um encontro com ela, que aconteceria antes que ela começasse a trabalhar em um cargo no município.
"Eu posso deixar a empregada sem vir uma tarde. Daí tu ia no meu apartamento".
"Tá, vamos ver então".
"Mas tem que ser semana que vem. Porque na outra tu já começa".
No fim, o suspeito afirma: "Eu não quero namorar de graça".
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Fonte: Carolina Cattaneo e Fábio Lehmen/G1

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