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terça-feira, 26 de agosto de 2014

EX-SENADORA PÕE MOLHO NA DISPUTA. E AFINAL, O QUE É QUE MARINA TEM? E O QUE É QUE MARINA NÃO TEM?

E os efeitos da entrada de Marina Silva na corrida presidencial seguem alvoroçando os bastidores e provocando um universo de interpretações e prospecções.
Que ela mexeu com a disputa, ninguém duvida. Afinal, tirou votos e chão dos concorrentes Aécio Neves (PSFB) e Dilma Rousseff (PSDB).
Mas o que a ex-senadora tem? E o que ela não tem? Por que Marina mudou tanto o cenário?
O QUE ELA TEM
* Recall da campanha de 2010, quando concorreu a Presidência da República e obteve mais de 19 milhões de votos.
* Desgaste zero numa campanha já em andamento. Enquanto os outros estiveram expostos por cerca um ano, ela fazia figuração de cabo eleitoral de luxo de Eduardo Campos.
* Concorrentes que não encantaram o eleitorado, mesmo estando tanto tempo em campanha. Ou seja, ela parece ser a figura a encarnar o que grande parte dos que protestaram em 2013 espera de um político (ou da política).
* Assumiu a cabeça de chapa de um partido bem maior e melhor estruturado do que o PV (sigla pela qual concorreu em 2010).
* Mesmo sem ser afirmativa, uma vez que opta por um discurso repleto de frases-slogan (que significam esperança, seriedade, “nunca desistir do Brasil”), consegue a empatia do eleitorado.
* Imagem associada à defesa do meio-ambiente e uso racional de recursos naturais.
* Cuidado de não se mostrar tão radical e acima do bem e do mal como fez em 2010. Agora, mesmo tendo optado por não apoiar ninguem no 2º turno daquele ano, diz querer governar com respaldo de Lula e FHC. Até mesmo José Serra, que acabou sendo o candidato derrotado por Dilma em 2010, faz parte dos planos da neosocialista.
* Imagem de vencendora: “moça pobre, nascida no interior do Acre, filha de seringueiros, que aprendeu a ler e a escrever apenas aos 16 anos, pelo Mobral; estudante esforçada que cursou história na Universidade Federal do Acre, se especializou em teoria psicanalítica, psicopedagogia e metodologia em ciências contábeis, (todas pela Universidade de Brasília), mesmo trabalhando como empregada doméstica e professora; e, por fim, política que chegou ao Senado e ao ministério de Lula”. Trajetória desse porte costuma comover e impressionar.
* Empatia da classe média, certamente encantada com a pose de guardiã das florestas, mas linkada com a “nova política” e respaldada pelo onipresente Banco Itaú. Por exemplo, o eleitor médio de São Paulo, que não se vê representado pelo mineiro Aécio, acha Dilma um estorvo e jamais votaria no nordestino Eduardo, achou sua “alma gêmea” para a urna. Marina se encaixa perfeitamente na “tendência” que reúne o duo moralidade e modernidade (de boutique) que tanto satisfaz parte do eleitorado.
* Fluência para externar opiniões e capacidade de argumentar. Ou seja, é boa oradora e se posiciona bem em debates.
* Simpatia e apoio da mídia.
O QUE ELA NÃO TEM
* Confiança plena do PSB, que sabe que sua candidata, eleita ou não, deve retomar o projeto de fundação do seu partido, a Rede Solidariedade. O que esse cenário será capaz de mexer com a campanha, vai depender da relação da Marina com o comando socialista.
* Resposta convincente sobre a situação legal do avião que acabou por cair e matar Eduardo Campos. A situação pode complicar a candidatura junto à Justiça Eleitoral.
* Paz em relação à concorrência. Petistas e tucanos agem para conter a “onda Marina”. E, nessa ofensiva, a artilharia será pesada.
* Experiência administrativa (além do tempo no Ministério do Meio Ambiente) que, por sinal, começa a ser apontada (a inexperiência) como falha no currículo dela.
* Confiança de parte do eleitorado de que se manterá, se eleita, distante dos mandamentos religiosos que segue (ela é protestante).
* Segurança em temas que confrontam direitos civis conquistados com preceitos (ditos bíblicos) que condenam, entre outras causas, casamento entre pessoas do mesmo sexo e aborto.
* Simpatia de militantes e organizações que atuam na defesa de direitos huimanos e civis, feminismo.
* Simpatia do setor do agronegócio, que ela trata como inimigo por considerar ser o responsável por tudo de ruim que ocorre no meio ambiente do país.
* Coerência diante do compromisso de levar adiante o projeto de Eduardo. Embora afirme estar agindo para fazer frutificar o Eduardo plantou, ela faz restrições a alianças firmadas pelo líder socialista. Quer dizer, nem tudo o que o candidato morto construiu merece respaldo.
* Certeza de que esse rápido crescimento não se transformará numa bolha a explodir logo adiante.

Foto: Diário de Pernambuco

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