O governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE) apontou a inflação como motivo para não conceder o reajuste entre 12% e 15% no piso dos professores da rede estadual de Pernambuco, como é reivindicado pela categoria.
O governo realizou uma cerimônia nesta quinta-feira (2) para informar que o reajuste do piso salarial para este ano será de 8,32%. O valor é estabelecido pelo MEC (Ministério da Educação) para todos os Estados e municípios do país.
"Tivemos uma inflação na casa dos 6%, um ano muito duro. Poucos Estados da Federação vão garantir esse número [8,32%]. Vocês vão ter a oportunidade de assistir, durante o ano de 2014, quantos Estados vão conseguir dar esse reajuste", afirmou.
Segundo ele, mais do que 8% "é algo impossível nas contas de todos os Estados". "Eu gostaria muito de poder dar 15%, 20%. Mas essa não é a realidade. A realidade é um esforço grande para garantir o reajuste determinado", completou.
O reajuste será encaminhado para a Assembleia Legislativa, que só poderá aprová-lo em fevereiro, após o recesso.
Segundo o governo, com o reajuste de 8,32%, os professores com formação em magistério passarão a receber R$ 1.698,09. Os que têm licenciatura plena receberão R$ 1.782,99.
O reajuste terá um impacto de R$ 144 milhões por ano na folha de pagamento do Estado.
Em nota, o governo informou que o reajuste tem por base determinações do MEC e "negociações com o sindicato da categoria", o que irritou os professores.
"Se o governador falou isso, é um mentiroso. Não teve negociação com a categoria", afirmou o presidente do Sintepe (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco), Heleno Araújo.
Em fevereiro, após o período de férias coletivas, os professores realizarão assembleia para definir como a categoria vai reagir ao anúncio do reajuste abaixo do desejado.
Fonte: Daniel Carvalho/Folha de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.