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terça-feira, 26 de março de 2013

ELEIÇÕES 2014: APÓS PROMESSAS DE DILMA, CAMPOS DIZ QUE DINHEIRO FEDERAL É DO "POVO".

Um dia após a presidente Dilma Rousseff anunciar em Pernambuco R$ 3,1 bilhões em obras para o Estado, o governador do Estado, Eduardo Campos (PSB), seu provável adversário nas eleições do próximo ano, disse que o dinheiro federal é "do povo".
"O importante é que cada um faça um esforço de integração de recursos para fazer as obras, não ficar discutindo quem fez e quem não fez. Tudo isso é feito com dinheiro do povo, do contribuinte. A sociedade é quem paga tudo isso", afirmou o governador hoje.
Ontem, Dilma sugeriu que os avanços do Estado durante sua gestão só foram possíveis por causa de investimentos feitos com recursos federais. Campos disse ser natural que o governo federal invista mais recursos que o governo estadual.
"A União, como arrecada mais, tem, claro, condições de fazer mais", disse o socialista, após se reunir com o ministro Aldo Rebelo (Esportes) para discutir a Copa do Mundo de 2014.
A presidente estimou em R$ 60 bilhões o volume de recursos liberados para Pernambuco e associou ao governo federal o mérito de vários projetos, como a atração de uma fábrica da Fiat para o Estado.
O governador disse ainda que os anúncios de aportes federais para Pernambuco foram possíveis porque o governo do Estado elaborou projetos.
"Nós participamos de um ato administrativo importante para o Estado em torno de uma pauta que nós já vínhamos discutindo. Alguns desses projetos [vêm] desde o governo do presidente Lula", afirmou.
Após a presidente Dilma cobrar "parceiros comprometidos", o governador disse não ter entendido o recado como uma indireta para ele ou para o PSB e afirmou que seu compromisso é com "o povo" e com "um projeto de país".
"Nosso compromisso é com o povo. Nosso compromisso é com um projeto de país. Compromissos pessoais são típicos das relações pessoais. Os compromissos políticos são compromissos coletivos", disse o governador.
Seca
Campos defendeu que o governo federal perdoe as dívidas dos agricultores familiares atingidos pela seca no Nordeste.
"Acho que tem que ter uma anistia para agricultura familiar para possibilitar que a agricultura possa abrir crédito para comprar caprino, ovino, instalar poço, fazer a 'infra' básica para a reconstrução", disse.
A reivindicação também é feita pela Fetape (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco) desde que a estiagem se agravou no Estado.
Ontem, o presidente da federação, Doriel Barros, fez a cobrança à presidente em discurso durante cerimônia de inauguração de trecho de adutora no sertão de Pernambuco.
Em Alagoas, onde esteve há duas semanas, Dilma foi alvo de protesto de criadores que perderam o rebanho por causa da seca.
Procurado para comentar as declarações de Campos, o presidente da Fetape disse que o governador deveria ter feito a defesa do perdão das dívidas "há mais tempo".
"Se não houver uma forma de anistiar esse débito e o governo não assegurar um crédito para recompor o rebanho, vai haver êxodo rural", disse Barros.
Segundo o governo do Estado, 17% das propriedades do semiárido pernambucano já estão fechadas por causa da seca.
O presidente da federação de agricultores diz esperar também alguma iniciativa estadual e que é preciso que haja integração entre os governos do Estado e federal.
"Espero que não seja uma manifestação política [a que Eduardo Campos fez hoje]. Não é só o governo federal. É preciso que o Estado também crie uma ação de Estado. A gente também espera que ele possa se somar às ações do governo federal", afirmou.
A estiagem prolongada, considerada a pior dos últimos 30 anos no Estado, foi o principal fator que fez o PIB (Produto Interno Bruto) de Pernambuco em 2012 fechar abaixo da expectativa, em 2,3%.
No acumulado do ano passado, o desempenho da agropecuária foi de 15% negativos. De acordo com Campos, por causa da seca, o Estado perdeu 70% da produção de leite. O governo estima já ter perdido um milhão de cabeças de gado.
No dia 2 de abril, os governadores do Nordeste irão se reunir com a presidente Dilma para discutir ações para minimizar os efeitos da seca.
Ontem a presidente afirmou que as medidas de auxílio aos atingidos pela estiagem prolongada vão durar enquanto houver necessidade.

Fonte: Daniel Carvalho - Folha Press/Vale

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