ENTREVISTA DO "CQC" COM O DEPUTADO JOSÉ GENOÍNO GERA POLÊMICA NA INTERNET.

Na última segunda-feira (25/3), uma reportagem do "CQC" causou polêmica na internet, principalmente nas redes sociais. O programa foi criticado pela abordagem e posterior entrevista do deputado José Genoino, condenado no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No vídeo, o programa explica e mostra diversas tentativas de entrevistar Genoino, todas sem retorno. Em seguida, Mauricio Meirelles tenta entrevistá-lo, mas também não obtém resposta.

“Ô Genoino, quanto tempo a gente tá querendo te procurar, como é que está o senhor? Você veio aqui se esconder porque lá na prisão é pior? Aqui tem mais bandido, é mais fácil? Tá fazendo voto de silêncio, Genoino? Vai ser bom na prisão lá, além de X9 não se ferra, né? […] A gente estava atrás de você o tempo todo, Genoino, fala com a gente um pouquinho, só dá um tchau. Genoino, você vai passar onde o reveillon? Papuda? Já sabe como é que vai ser? Qual prisão? [...]”, diz Meirelles.

Diante do silêncio do parlamentar, o programa levou uma criança acompanhada do pai - "um fervoroso militante do PT" - para fazer algumas perguntas. "Como vocês puderam notar, mais uma vez o deputado Genoino não respondeu às perguntas do CQC o que ele tem feito constantemente com a imprensa nacional. A gente quer ouvir umas respostas, a população brasileira também quer. [...] Quem vai pergunta não sou eu, não ninguém da imprensa, é o João Pedro, nosso repórter-mirim que já está crescido [...]. A gente quer respostas. Será que ele vai ignorar o leitor?", diz Meirelles.

Em seguida, o "repórter-mirim" aparece questionando o político sobre corrupção ativa e o motivo de ele estar solto. Genoino dá toda a atenção ao menino, autografa um livro para ele, responde suas questões, mas somente ao final da "entrevista" fica sabendo do envolvimento do programa.

Não falo com o "CQC"

"É uma sequência de insultos. Não tem pergunta", afirma a assessoria de Genoino à IMPRENSA. O deputado não vai se pronunciar, nem tomar medidas contra o "CQC", por não levá-lo "a sério".

Ainda de acordo com seu assessor, o deputado mantém a postura de não dar entrevistas para "humorísticos". "Ele não vê abordagem jornalística no "CQC" e, somado a isso, tem a forma como eles tentam entrevistá-lo, sempre agressiva", afirma. "E outra, tem toda a questão ética de colocar uma criança, usar câmera escondida...", completa.

Na internet

Entre as diversas manifestações após a reportagem ser exibida - a favor e contra o programa - o jornalista Leandro Fortes, colunista da CartaCapital, abordou o assunto no texto "Nazijornalismo".

"A violência do CQC contra o deputado José Genoíno alcançou, essa semana, um grau de bestialidade que não pode ser dimensionado à luz do humorismo, muito menos no campo do jornalismo. Isso porque o programa apresentado por Marcelo Tas, no comando de uma mesa onde se perfilam três patetas da tristeza a estrebuchar moralismos infantis, não é uma coisa nem outra", escreveu ele.

Marcelo Tas, apresentador da atração, rebateu as críticas do artigo em seu perfil do Twitter. "Pra que Genoino, condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha, gasta $ com advogado. Tem de graça os colunistas da Carta Capital", disse em um post.

Posicionamento

À IMPRENSA, a assessoria da Band afirmou que "o CQC é um programa com o foco acentuado no humor, não pretende ofender o público e sim entretê-lo. Mas, como toda atração que trabalha com esse gênero, corre o risco de desagradar algumas pessoas".

Fonte: Jéssica Oliveira, com supervisão de Vanessa Gonçalves