No Brasil, agora é regra haver muita gente desempregada. Desde fevereiro de 2016, esse contingente nunca foi inferior a dez milhões.
Em plena recessão de 2016, quando a economia brasileira encolheu 3,3%, Shayenne dos Santos Monteiro se formou na Faculdade de Enfermagem. Mesmo com a pandemia, aos 28 anos, ainda não conseguiu trabalhar na profissão. Foi babá e cabeleireira, trabalho que vem mantendo, enquanto ainda tenta ser enfermeira, fazendo estágio não remunerado e capacitação:
— Coloquei currículo em hospital de campanha e nada. De um tempo para cá, nem a rejeição chega. A gente faz o cadastro, nem a recusa enviam mais. Não dão conta de todos os currículos que chegam. Só entra com indicação, tem muita gente desempregada.
Um ano antes de Shayenne, Vinícius de Almeida, de 31 anos, formou-se em Relações Internacionais. Outro ano recessivo, quando o Produto Interno Bruto (PIB) retraiu 3,5%. E também nunca conseguiu trabalho na sua área. Fez mestrado, mas desistiu. Hoje cursa Direito e estuda para concursos públicos:
— Tenho uma sensação de tempo perdido, investimento e potencialidades desperdiçadas. Quando terminei a faculdade foi trágico, os empregos desapareceram. Logo no mestrado vi que não tinha mais futuro, terminei com a única finalidade de utilizar o título para contar pontos para concurso — conta.
Ela continua:
— Queria dar alívio para os meus pais com as contas, poder sustentar uma família sem dificuldades, ter um imóvel ou poder alugar um. Tive que adiar muita coisa, até deixar de sonhar.
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Fonte: Carolina Nalim e Cássia Almeida/O Globo
Foto: Hermes de Paula/Agência O Globo
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