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segunda-feira, 1 de julho de 2013

DEU NO JORNAL DE FATO E NO JOSENIAS FREITAS...

A falta de habilidade política e administrativa demonstrada no início da gestão do prefeito Flaviano Monteiro (PC do B) está fazendo o povo de Apodi discutir o retorno de antigas lideranças. Depois da reprovação do governo Goreti Pinto (PMDB), que perdeu a última campanha com maioria de 3 mil votos, e do descontentamento com o comunista, ressurge nos bastidores o nome do ex-prefeito José Pinheiro Bezerra (PR). Aos 78 anos e com três mandatos cumpridos, o velho médico que terminou sua última gestão muito desgastado e que, além disso, não conseguiu volume para manter-se no pleito de 2010, pode renascer das cinzas. Diante dos últimos desgostos, parece que o povo quer de volta o antigo modelo de governar.
Externamente, pouco se houve falar em Pinheiro, mas entre os bacuraus - denominação dada na cidade aos filiados ao PMDB – o Velho, como é apelidado o ex-prefeito, é uníssono. Entre os aliados de Flaviano, muitos também pensam nessa possibilidade, sobretudo os que já pertenceram, direta ou indiretamente, à administração pinheirista. O grau de insatisfação e desorientação do atual governo favorece muito esse quadro que se forma.
Dr. Pinheiro também está organizando sua vida política. Depois de um período no Partido da República, ele estuda a possibilidade de voltar para o PMDB. Embora seja um sujeito indigesto da política local, Agostinho participou diretamente de todas as mudanças de governo recentes, desde antes de Pinheiro.
Consciente de sua missão, Dr. Pinheiro não nega as pretensões. “Já estamos neste barco e não podemos deixar”, disse. Por enquanto, o projeto é eleger o genro Kelps Lima (PR) que, na condição de primeiro suplente de deputado estadual, assumiu a vaga na Assembleia Legislativa com a eleição de Poti Junior para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte (TCE/RN). De acordo com ele, a campanha para estadual em 2014 servirá como um termômetro para o pleito municipal de 2016.
Em 2010, com a baixa de Pinheiro, Kelps sequer alcançou mil votos na cidade, o que foi muito diante do fenômeno Flaviano Monteiro, que arrastou 11 mil eleitores. Como agora as coisas para Flaviano parecem estar desandando, o ex-prefeito vislumbra uma mudança de cenário favorável a suas intenções. “Os bacuraus são uma cachaça danada”, brinca Pinheiro.
Kelps Lima também quer deixar o PR, mas como está com mandato, espera a resposta de uma consulta que fez ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pedindo desfiliação do PR. Ele também está de olho no PMDB, para tentar arregimentar uma dobradinha com o sogro.
GORETI E KLINGER
De acordo com Pinheiro, não há intrigas entre ele e a ex-prefeita Goreti Pinto e seu esposo, ex-vice-prefeito Klinger Pinto. Como estiveram juntos na última campanha, quando Goreti perdeu para Flaviano, a maioria das arestas parece ter sido aparada. José Pinheiro espera contar com o apoio das lideranças caso consiga viabilizar seu nome. “Em política, a gente não pode dizer nem sim nem não, nem dizer que dessa água não beberei”,completa.
FLAVIANO
Pinheiro não poupa críticas ao atual prefeito Flaviano Monteiro. Segundo ele, tem muita gente insatisfeita. “O negócio desandou de tal maneira que os que falam mais são os que votaram”, disse, alertando para a desconfiança geral do povo. “É muito esquisito o comportamento do atual prefeito e as pessoas estão com o pé atrás”, completou.
Embora seja um dos médicos mais tradicionais e respeitados de Apodi, Pinheiro não foi convidado por Flaviano para trabalhar no município. Atualmente, ele dá plantões na Maternidade Claudina Pinto, entidade comandada por uma associação, e nos municípios de Felipe Guerra e Severiano Melo.

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