Candidato voltou a "profetizar" que será próximo presidente, disse que período de jejum em monte o ajudou em debate e relacionou gays a bandidos.
O candidato Cabo Daciolo (Patriota) voltou a repetir que será o próximo presidente da República e já antecipou como serão seus primeiros dias no Palácio do Planalto. "Na primeira semana será de cara a semana da adoração. Vamos adorar a Deus. 'Mas Daciolo, o Estado é laico'. É laico. Ser laico quer dizer liberdade de expressão religiosa. Adore a Deus da maneira que você quiser adorar, mas fale com Deus", disse o candidato em entrevista publicada neste domingo pelo jornal O Estado de São Paulo .
"No oitavo dia vai ter uma auditoria pública, os mais de 14 milhões de desempregados da nação vão ser abraçados pelo presidente da República, por aquele que tem o dever e a obrigação de dar transporte, saúde, moradia, trabalho, lazer", continuou Cabo Daciolo .
Destinar um período importante para "adorar a Deus" não seria novidade para o ex-bombeiro que atuava como salva-vidas em praias do Rio de Janeiro. Logo ao início da campanha, Daciolo abandonou a estratégia de participar de comícios e debates e subiu um monte para jejuar.
“Eu fiquei 21 dias longe da campanha de 45 dias, gastei ao todo até agora R$ 700 na minha campanha. Aí você vê o [Henrique] Meirelles, banqueiro, envolvido com os banqueiros que estão matando nosso povo, gastou R$ 43 milhões. Nos termos da pesquisa em que eu não acredito, nós temos o mesmo percentual, estamos em empate técnico . Como pode isso? Eu vou te falar como, eu tava lá no monte jejuando. Você viu o debate? Sabe porque eu fui bem naquele debate? Porque eu tava 21 dias no monte jejuando”, explicou-se.
O debate em questão foi realizado na quarta-feira (26), quando o candidato parafraseou Ciro Gomes (PDT), foi homenageado por Guilherme Boulos (PSOL) e se destacou ao lamentar a existência de "400 milhões de pessoas na extrema pobreza" no Brasil e ao "profetizar" que será eleito ainda no primeiro turno.
Pastor evangélico, Daciolo disse acreditar que a solução para o "problema maior" representado por guerras, fome, mortes e terremotos é a fé e o clamor a Deus. “Eu creio que a nação brasileira hoje, com 160 milhões de brasileiros cristãos, é a resistência do mundo. Você vê que tem muitas catástrofes acontecendo ao redor do mundo, mas no Brasil não. Por que não acontece no Brasil? Porque aqui tem um povo clamando, meu irmão."
Questionado sobre sua percepção sobre a homossexualidade, o candidato traçou paralelo entre gays e bandidos. "Eu vejo ela [homossexualidade] como qualquer outro problema que ocorre na nação. O homossexual está na mesma categoria de problemas que o alcoólatra, que o corrupto, o bandido, e isso tudo. Está no plano espiritual, se resolve com oração. Respeito todos eles", disse. "Cada ser humano tem suas guerras internas. A palavra de Deus fala que tudo é permitido mas nem tudo convém, quem vai mostrar o que é certo e errado é Deus", completou.
Sobre sua "profecia" em ser eleito no primeiro turno, o deputado não recuou. "Eu sou o próximo presidente da República. Cabo Daciolo 51, sem dinheiro porque eu não preciso de dinheiro, não preciso dessa política suja, nós somos o novo. Tanto os que crêem quanto os que não crêem vão ter que reconhecer que esse Deus existe mesmo, vão perguntar como eu sentei na cadeira e eu responderei: foi Deus.
Fonte: Último Segundo - iG
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