Novo edital corta 29 itens e prevê gastar R$ 47,9 mil por quatro meses.
Espaço ao lado do plenário oferece quitutes de graça a parlame
O Senado decidiu reduzir em 62,9% o gasto para abastecer a copa instalada ao lado do plenário que oferece lanches de graça a parlamentares, assessores e convidados, o conhecido "cafezinho".
Edital lançado pela diretoria-geral para fornecimento de quitutes como pão, presunto, queijo e chás prevê gasto de R$ 11,9 mil por mês. O edital anterior, revogado em junho, previa R$ 32,1 mil mensais para a despesa.
No total, pelo novo edital, o Senado se dispõe a desembolsar R$ 47,9 mil nos próximos quatro meses. O edital antigo, para um período de 12 meses, previa gasto de R$ 385,6 mil. O pregão eletrônico para selecionar a empresa fornecedora está marcado para 3 de dezembro.
O contrato antigo foi revogado em junho pela diretoria-geral após matérias na imprensa apontarem o gasto. Na época, a própria diretoria alegou que o certame era "inviável em termos orçamentários".
O cafezinho funciona todos os dias, sempre durante as sessões, deliberativas ou não. Pelo espaço, cheio de poltronas e mesas redondas, circulam senadores, assessores, jornalistas e convidados, todos servidos por garçons.
O novo edital cortou nove dos 29 itens, entre outros, suco de goiaba e de acerola, queijo "tipo lanche", chá sabores mate com limão e boldo, adoçante (tamanhos pequeno e médio), achocolatado e café solúvel.
Estão mantidos 1.680 pacotes de biscoito cream cracker e de leite, 3.340 caixas chá, 340 latas de leite em pó, 670 litros de leite integral, 2.500 unidades de sucos, além de manteiga, pão de forma, presunto suíno, queijo mussarela, torradas salgadas e requeijão cremoso.
"Racionalização"
A assessoria de imprensa do Senado informou que a "racionalização do cafezinho" está entre as iniciativas de economia tomadas pela gestão do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). A diretoria está "reavaliando o uso do espaço" do cafezinho, por isso o novo contrato tem duração limitada a quatro meses.
Ainda de acordo com assessoria, desde a revogação do edital anterior, em junho, o atendimento aos senadores "vem ocorrendo em menor escala".
Residência oficial
A redução de gasto ocorre duas semanas após o Senado ter cortado pela metade a despesa no fornecimento de gêneros alimentícios e material de copa, cozinha e limpeza para a residência oficial de Calheiros.
Em outubro, o diretor-geral do Senado suspendeu um pregão no valor de R$ 98 mil para abastecer a residência por um ano devido a suspeitas de superfaturamento. Em seguida, as empresas MAM Ribeiro Comércio de Alimentos e Empório Leste arremataram o certame, desta vez mais enxuto, por R$ 43,3 mil.
Fonte: Priscilla Mendes/G1