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sábado, 13 de março de 2021

CIENTISTAS DETECTAM POTENCIAL NOVA VARIANTE NO RN

Pesquisa colaborativa identificou possível nova variante brasileira do novo coronavírus em solo potiguar. Rastreou também a transmissão interestadual da linhagem P.1 do SARS-CoV-2, originária no Amazonas, e a diversificação da P.2. 

Assinado por 22 pesquisadores, o estudo foi coordenado pelo Laboratório de Bioinformática (Labinfo) - do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) - com a participação de cientistas da UFRN - representada pelo Laboratório de Biologia Molecular e Genômica (LBMG) e o Instituto de Medicina Tropical (IMT) -,  UFPB e as universidades estaduais de Santa Cruz-BA (UESC) e do Rio de Janeiro (UERJ).

Para compreender a existência de variantes genéticas, foram sequenciados 185 genomas provenientes da colaboração de pesquisadores de cinco estados (RN, AM, BA, PB, RJ), representando 39 municípios. 

Segundo a UFRN, as "amostras coletadas foram de pessoas com resultado positivo para covid-19 no período de 1° de dezembro de 2020 a 15 de fevereiro de 2021. Com faixa etária heterogênea, os participantes variaram de 11 a 90 anos de idade, sendo 92 homens e 93 mulheres".

Preocupante no RN

Segundo a professora Lucymara Fassarella Agnez Lima, do Departamento de Biologia Celular e Genética (DBG) da UFRN, a alta prevalência da variante de Manaus no Rio Grande do Norte. Das 45 amostras de Natal, cerca de 35% representam a linhagem P1. É a maior ocorrência fora do estado do Amazonas entre todos os sequenciamentos feitos neste estudo.

Explica:

- No caso do vírus, como ele está sendo multiplicado muito rapidamente e transmitido para um grande número de pessoas, com uma taxa elevada, isso permitiu a ocorrência de mutações. Ao longo do tempo, leva a divergência de linhagens, gerando algumas mais adaptadas ao hospedeiro humano. Essa vigilância genômica nos permite acompanhar a evolução viral e detectar, até precocemente, o surgimento de novas linhagens.

Alerta que os agentes públicos tomadores de decisão e a comunidade científica devem ficar atentos aos resultados oferecidos pela vigilância genômica e utilizar esses dados para medidas mais precisas.

Destaca:

- Isso serve para que as autoridades fiquem alertas, assim como os próprios cientistas que estão estudando novas vacinas e medicamentos, podendo antever eventos e com isso direcionar os trabalhos de uma forma mais efetiva e eficaz. Esse monitoramento genômico precisa ser feito porque o vírus está se multiplicando em uma taxa muito alta no Brasil. A falta de isolamento e a transmissibilidade elevada, principalmente da linhagem P1, trazem a preocupação em monitorar esses eventos.

Fonte: Eliana Lima/BZNotícias

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