O setores econômicos têm pressionado os governantes para flexibilizarem as medidas restritivas
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, esteve reunida nesta quarta-feira 31 com representantes do setor produtivo potiguar para analisar um relatório com dados econômicos gerados durante o decreto estadual que impede o funcionamento de atividades consideradas não essenciais até 2 de abril. O documento foi construído conjuntamente pelas Federações e protocolado na Governadoria.
As entidades pediu que a gestora estadual autorize a retomada das atividades econômicas atualmente fechadas, com protocolos que assegurem os cuidados de prevenção, entre os quais escala de horário para determinados segmentos.
A defesa da retomada com precauções foi feita durante reunião por videoconferência com participação de presidentes das Federações e Associações empresariais, Câmaras de dirigentes lojistas, secretários de Estado e demais interlocutores do Governo.
Na ocasião, foi entregue um documento no qual consta um diagnóstico da grave situação econômica do Rio Grande do Norte e uma série de solicitações para o socorro econômico dos setores produtivos, além do detalhamento da proposta de retorno das atividades. O grupo formado por técnicos das Federações Empresariais permanecerá, nos próximos dois dias, em interlocução com os secretários estaduais que estão tratando das medidas do governo nesta área, até a definição do decreto do governo.
“Os representantes dos setores empresariais estiveram reunidos quase que diariamente nos últimos quinze dias discutindo essas questões, os técnicos das entidades também integram um comitê que se dedica a esse problema integralmente e mantemos o diálogo permanente com os secretários que tratam deste assunto. Hoje entregamos essas propostas e esse documento com uma importante avaliação da situação”, disse o presidente da FIERN, Amaro Sales de Araújo.
“O setor produtivo, nesta reunião, com a governadora e seus auxiliares tiveram mais uma vez um diálogo em busca de solução. Atualmente muitos se sentem prejudicados, principalmente, os pequenos e microempresários que não têm força para sozinhos apresentarem suas dificuldades. Mas aqui estão representados pelas entidades. E, neste momento, sabemos que dizer apenas ‘fique em casa’ pode parecer fácil para quem não conhece a realidade. No entanto, a pessoa, com sua atividade paralisada, que está em casa, entre ficar esperando e ir para rua, se tiver sem renda alguma e chegar a fome, irá para a rua”, alertou o presidente da FIERN. “Temos, então, uma situação muito séria e problemas que se acumulam. Por isso, as instituições representativas dos setores produtivos querem o diálogo e são parceiras do Governo em busca de alternativas. Estamos unidos para encontrar solução”, disse Amaro Sales.
Presidentes de federações fazem apelo
O presidente da Federação do Comércio (FECOMÉRCIO), Marcelo Queiroz, alertou para a situação econômica do RN. “Estamos, neste momento, ainda sem as medidas de auxílio emergencial para empresas e trabalhadores, como tivemos no ano passado. Só no auxílio emergencial aos trabalhadores foram injetados, todos os meses, até R$ 1 bilhão na economia [em 2020]”, lembrou. Ele disse que na atual conjuntura as empresas locais não teriam como suportar um novo período de forte restrição. “Temos certeza de que é possível conviver com medidas de prevenção, preservar vidas e evitar as mortes das empresas”, destacou. Ele citou que há, diariamente, dezenas de relatos de empresários que esgotaram até o patrimônio pessoal para tentar salvar suas empresas e que não terão mais como buscar recursos se houver novo período de restrição acentuada.
O presidente da Federação da Agricultura do RN (FAERN), José Vieira, também disse que a entidade que representa apoia a proposta de retorno com protocolos. O presidente da Federação dos Transportes do Rio Grande do Norte (FETRONOR), Euro Laranjeiras, afirmou que é preciso avaliar medidas para evitar um agravamento da situação em setores mais atingidos. O presidente da FCDL, Afrânio Miranda, e o superintendente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do RN (Sebrae), Zeca Melo, também se somaram aos apelos por uma reabertura.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal, José Lucena, reforçou o apelo para que o comércio não prossiga com proibição para o funcionamento. “Não deixe que o comércio continue fechado. Vidas [empresariais] construídas ao longo de anos, décadas estão escorrendo pelas mãos”, disse. Ele acrescentou que a CDL aderiu ao Movimento Unidos pela Vacina para colaborar com a imunização no Rio Grande do Norte.
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Fonte: Redação Agora RN
Foto: Reprodução
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