Promotora de Justiça o denunciou por homicídio e tentativa de homicídio triplamente qualificada. Ministério Público levou em conta depoimento de testemunhas e investigações da polícia
O casal estava na motocicleta arrastada. Anderson precisou escalar a cabine da carreta e se pendurar na porta até que o caminhoneiro parasse o veículo. A mulher dele caiu na rodovia, foi socorrida e internada, mas morreu no hospital.
A denúncia foi feita em 10 de março pela promotora de Justiça Cristina Balceiro de Motta. O poder judiciário recebeu o documento, mas não informou detalhes sobre a tramitação. O motorista já havia sido indiciado pela Polícia Civil por tentativa de homicídio.
Segundo a promotora, na denúncia o motorista do caminhão assumiu o risco (dolo eventual) “de matar qualquer das pessoas que cruzassem seu caminho” e acabou vitimando de fato a passageira da moto, Sandra Aparecida.
“Consta nos autos indícios de que o homem consumiu cocaína e rebite (derivado da anfetamina). Ele não dormia há dias, e assim agiu no intuito de terminar a viagem e entregar a carga em menos tempo. Então, ao agir dessa forma, assumiu o risco (dolo eventual) de matar qualquer das pessoas que cruzassem seu caminho. Além disso, há testemunhas que relataram que ele conduzia o caminhão em velocidade excessiva e de forma perigosa, o que corrobora o dolo eventual”, informou a promotora.
Um caminhoneiro que socorreu Anderson depois que ele jogou da carreta em que estava pendurado, confirmou que o denunciado conduzia o caminhão em alta velocidade.
“Pelo retrovisor, me deparei com uma carreta vindo em alta velocidade. Quando eu olhei, vi que tinha uma moto junto. Dei lugar para o motorista da carreta passar. Nisso, vi a moto trancada no para-choque. Até achei que era uma moto de brinquedo, mas quando vi que começou a cair as peças, vi que era de verdade. Também vimos uma uma pessoa pendurada na carreta do lado do motorista”, relembrou.
Tentativa de homicídio triplamente qualificada
Sobre a denúncia feita em relação a Anderson, que chegou a ficar desacordado após a colisão do caminhão com a moto, a promotora afirma que o denunciado teve dolo de matar a vítima. Na época Anderson descreveu ao primo, Marcio Pereira, o que ocorreu com ele e a esposa como “um filme de terror”.
“Além de arrastá-lo por cerca de 20 km, ele ignorou os pedidos da vítima, para que parasse, dava socos e a empurrava com o intuito de jogá-la do caminhão em movimento”, concluiu a promotora.
No dia 17 de março, o juiz Juliano Rafael Bogo, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Itajaí, admitiu que representantes de Anderson e do filho do casal fossem habilitados como assistentes de acusação no caso da morte de Sandra.
O G1 SC procurou a defesa do denunciado e não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Acidente
O casal foi atingido por uma colisão traseira de uma carreta na BR-101, no km 106, sentido Sul, no município de Penha, no Litoral Norte catarinense, no dia 6 de março. Eles voltavam de um passeio de moto por Campo Alegre, no Norte catarinense.
A moto ficou engatada no para-choque da carreta e foi arrastada pela rodovia. Anderson ficou na motocicleta e escalou a carreta até a porta do condutor. A mulher dele ficou caída na pista.
Fonte: G1 RN/Agora RN
Foto: Reprodução/NSC TV
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