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quarta-feira, 31 de março de 2021

PAULO GUEDES VOLTA A PEDIR MAIS CORTES NO MINISTÉRIO DE ROGÉRIO MARINHO

Membros da equipe econômica atribuem ao ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) parte da articulação que inflou as emendas parlamentares no Orçamento de 2021.

A verba destinada ao ministro subiu de R$ 6,4 bilhões, na versão original do governo enviada em agosto do ano passado, para quase R$ 21 bilhões na versão final, aprovada pelo Congresso.

Foi a pasta que mais ganhou espaço durante as negociações políticas envolvendo o Orçamento.

Marinho se reuniu com o relator do Orçamento, senador Márcio Bittar (MDB-AC), no dia 22 de março, pouco antes do início do processo de votação do projeto de despesas de 2021 no Congresso.

A interpretação de membros da equipe econômica é que Marinho correu por fora, fazendo acordos políticos com parlamentares, contribuindo para atentar contra o próprio Orçamento tradicional e o teto de gastos.

A visão é que isso fere a própria força da intermediação política do governo, já que o Congresso tenderia a olhar o ministro como alguém de forte influência na destinação de verbas.

Na elaboração orçamentária, o governo deixa um espaço para que obras, por exemplo, sejam patrocinadas por parlamentares por meio de emendas. Por isso, o Desenvolvimento Regional, responsável por projetos na área habitacional, de saneamento e de gestão hídrica, é irrigado por recursos a serem apontados por deputados e senadores.

No entanto, a equipe econômica avalia que a expansão da verba do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) acabou prejudicando o espaço para despesas obrigatórias, como aposentadorias, e também o custeio da máquina pública.

A ideia é, então, que a pasta de Marinho irá perder recursos no contingenciamento a ser feito pela equipe de Guedes.

Procurado, o MDR não quis comentar.

Fonte: Folha de São Paulo/Robson Pires

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