A informação sobre um imóvel com parede falsa para esconder malas de propina paga por empreiteiras contratadas para obras em São Paulo durante gestão do PSDB é uma das cerejas do bolo da colaboração premiada do mais novo delator da Lava-Jato, o operador Adir Assad. Ele contou aos procuradores ter conhecido o local onde, segundo ele, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-diretor de Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), guardava dinheiro que recebia das empresas, sob a alegação de que os recursos abasteceriam o caixa 2 de campanhas tucanas.
Em função de movimentações financeiras atípicas, Assad era investigado desde 2012, mas sua rede só ruiu quando foi alcançado pela Lava-Jato, durante investigações sobre a Andrade Gutierrez, uma de suas principais clientes. Ele cobrava uma comissão para emitir notas frias a empresas que precisavam de dinheiro em espécie para fazer pagamentos ilegais. Seu esquema de lavagem serviu a mais de 50 empresas, que terão que explicar agora ao MPF a razão da solicitação dos serviços do operador.
Assad contou ter entregue valores diretamente a Paulo Vieira, responsável por licitar obras viárias em São Paulo entre 2007 e 2010. Em pelo menos três delas — Rodoanel (R$ 5 bilhões), Nova Marginal Tietê (R$ 1,4 bilhão) e Complexo Jacu-Pêssego (R$ 2,1 bilhões) — teria havido repasse de propina.
Fonte: Tiago Herdy/O Globo
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