A falsa médica encontrada nesta quinta-feira pela Polícia Civil em Taguatinga, em Brasília, alegou que a grande quantidade de medicamentos de uso restrito encontrados em sua casa era para tratamento próprio. Segundo a polícia, Renatha Thereza Campos dos Santos, de 35 anos, afirmou que está passando por um tratamento de câncer e que os remédios eram para seu próprio consumo.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Fernando Fernandes, da 19ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), as alegações da falsa médica serão investigadas pela polícia.
— Ainda não sabemos se ela realmente está ou não doente. Ela estava com uma receita de uso restrito. Se o que ela falou não ficar comprovado, ela poderá responder por venda ilegal de medicamento de uso restrito e controlado — contou o delegado.
Caso o crime fique comprovado, Renatha poderá pegar de 10 a 15 anos de prisão. Esta é a sétima passagem dela por exercício ilegal da profissão. Ainda constam outras duas passagens por ameaça e lesão corporal. Nesta quinta-feira, ela foi liberada pela polícia após assinar um termo de compromisso de comparecimento. A medida foi tomada porque o crime cometido por Renatha, de exercício ilgeal da profissão, é de menor potencial ofensivo.
Falsa médica cobrava R$ 10 mil de pacientes
Renatha se passava por médica oncologista, biomédica, embriologista, esteticista e radioterapeuta e tinha acesso a prontuários de pacientes de diversos hospitais de Brasília. De acordo com a Polícia Civil, Renatha chegou a atuar em hospitais públicos e particulares e já fez mais de 100 vítimas. A Polícia Civil agora investiga o envolvimento de funcionários de unidades hospitalares no esquema da falsa médica.
Os serviços da falsa médica eram prestados na casa da suspeita ou na residência dos pacientes. Em um dos casos, Renatha se apresentou como embriologista e chegou a cobrar R$ 10 mil de um casal que tentava engravidar. Em outra situação, ela se passou por oncologista e cobrou R$ 3 mil de uma senhora por um tratamento contra um câncer.
— Ela se aproximava de pacientes muito doentes ou de casais que tentavam engravidar e dizia que poderia ajudá-los. Ela ministrava os remédios, inclusive. Alguns medicamentos eram ministrados via soro, ou seja, eram remédios aos quais ela não deveria ter acesso — disse o delegado.
Renatha foi presa em casa. Na residência foram encontrados medicamentos e um jaleco branco com o nome da mulher escrito. Ao ser encontrada pela polícia, ela se disse surpresa.
— Ela se mostrou surpresa, ficou indignada, perguntou o que estava acontecendo. Na delegacia, diante do material apreendido e com as orientações da advogada, optou por permanecer em silêncio — contou o delegado.
Fonte: Gabriela Viana/Extra
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