A Polícia Federal prendeu, nesta sexta-feira (29), quatro pessoas investigadas por associação criminosa para a lavagem de dinheiro como parte da operação Acrônimo, deflagrada em três Estados e no Distrito Federal. Segundo o delegado Dennis Calis, responsável pela investigação, há suspeitas de que o dinheiro lavado vinha de contratos superfaturados e não executados. A PF também investiga se o dinheiro desviado abastecia campanhas políticas.
Entre os quatro presos, está o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, ligado ao PT e fornecedor da campanha do partido em Minas Gerais. Segundo a PF, ele seria o líder do esquema. Ele seria o sócio um grupo de pelo menos 30 empresas que manteria contratos fraudulentos com o governo federal em áreas como serviços gráficos e eventos. Segundo o delegado Dennis Calis, o faturamento do grupo de empresas liderado por Benedito saltou de R$ 400 mil para R$ 500 milhões em pouco mais de seis anos. A PF não divulgou os nomes dos outros três presos.
A investigação conduzida pela PF começou em outubro de 2014, quando PF deteve cinco pessoas e apreendeu R$ 113 mil em um avião bimotor no aeroporto de Brasília. A aeronave vinha de Belo Horizonte. Benedito Rodrigues e o ex-assessor do Ministério da Cidades Marcier Trombiere Moreira estavam entre os detidos.
Benedito Rodrigues já havia sido investigado pela PF anteriormente por suspeitas de participar de um esquema para a produção de dossiês contra políticos do PSDB durante as eleições de 2010. Uma de suas empresas, a Dialog, havia recebido pelo menos R$ 200 milhões em contratos com o governo federal.
Marcier Trombiere Moreira trabalhou para a campanha de Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas Gerais no ano passado.
À época, a coligação de Pimentel emitiu nota em que admitia que Benedito Rodrigues e Marcier Trombiere haviam trabalhado para a campanha, mas que não poderia se "responsabilizar pela conduta de fornecedores".
O delegado Dennis Calis disse que, até o momento, o governador de Minas Gerais e outras autoridades com foro privilegiado não são investigados.
A operação Acrônimo foi deflagrada na manhã desta sexta-feira em Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Noventa mandados de prisão foram expedidos pela Justiça Federal do DF. A PF apreendeu uma aeronave bimotor avaliada em R$ 2 milhões e pelo menos 10 carros de luxo, entre eles caminhonetes e uma Land Rover.
Fonte: Leadro Praxedes/http://noticias.uol.com.br/
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