A bagunça das contas públicas faz a inflação bater um recorde histórico – e só vai piorar. É um problema que vai durar décadas.
No início do ano, em Curitiba, um cidadão fez um protesto irônico contra a explosão da inflação no país. Da janela de seu apartamento, ele jogou ao vento centenas de cédulas de Cr$ 1, que deixaram de circular, mas ainda podem ser trocadas no Banco Central. Embora o dinheiro tenha se espalhado em torno do edifício, não atraiu os transeuntes que passavam pelo local. Sem valor efetivo, corroído pela alta acelerada de preços, as notas foram recolhidas pelos garis e acabaram na lata de lixo.
O protesto solitário do morador de Curitiba, divulgado em rede nacional de televisão, tornou-se um símbolo da crescente insatisfação popular com a inércia do governo para enfrentar a inflação. Passados oito meses desde sua posse, em 15 de março, o presidente José Sarney fez pouco ou quase nada para o Brasil afastar de vez o fantasma do descontrole de preços. A inflação não apenas não caiu, como não parou mais de subir desde sua posse. Em dezembro, ela deverá roçar os 16% ao mês, segundo as estimativas mais recentes, o maior nível em todos os tempos. Se isso se confirmar, a taxa deverá chegar a 239%, também um recorde histórico. No ritmo atual, o Brasil corre o risco de entrar mais cedo do que se imagina na era da hiperinflação, que pode desorganizar a economia e debilitá-la por anos a fio, com impacto dramático na renda dos trabalhadores e nas atividades empresariais. “Não existe nenhum país no mundo que possa dar certo com uma inflação dessas”, diz o empresário Abel Carparelli, presidente da Shell no Brasil.
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Fonte: José Fucs/http://epoca.globo.com/
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