O PSDB elegeu sábado o senador Aécio Neves para seu presidente nacional, em substituição ao deputado pernambucano Sérgio Guerra, que passa a acumular o Instituto Teotônio Vilela, órgão de estudos políticos do partido, com a presidência regional da agremiação. Foi o primeiro passo dado pelo senador para consolidar-se como “candidato de Minas” à presidência da República, já que São Paulo fez três tentativas depois de FHC e perdeu todas, duas com José Serra e uma com Geraldo Alckmin.
Aécio, neto do ex-presidente Tancredo Neves, ex-presidente da Câmara e ex-governador de Minas Gerais, é um dos melhores políticos da geração pós 64. Mas não conseguiu até agora formular um discurso de oposição ao atual governo que sensibilize o povo brasileiro. Repete o que foi dito nas fracassadas campanhas de Serra e Alckmin, sem o brilho intelectual do primeiro e a serenidade do segundo, acrescentando apenas que se o PSDB voltar ao governo “vai fazer diferente e melhor”.
Para se tornar candidato, porém, ele ainda precisa do aval da secção paulista do partido, que o vê com reservas. E mesmo que consiga esse apoio terá que torcer para que Marina Silva e Eduardo Campos também entrem no páreo para forçar o segundo turno com Dilma Rousseff. Isso quer dizer que a ex-ministra do Meio Ambiente e o governador de Pernambuco são seus adversários no primeiro. E que quem chegar em primeiro no primeiro (turno), tem chance de ser o primeiro no segundo.
Pró Rede – Depois do Recife, a próxima parada de Marina Silva em busca de assinaturas à criação da Rede Sustentabilidade foi SP, onde assistiu a um show de Adriana Calcanhoto e Nando Reis para arrecadar fundos para o partido. Ela já conseguiu até agora 318 mil assinaturas.
A rebeldia – Cresce a “chiadeira” na Câmara do Recife contra o prefeito Geraldo Júlio (PSB), por duas razões: ele não recebe vereadores regularmente, nem atende aos pleitos deles no que toca a cargos. É tarefa para o secretário Sileno Guedes (governo), que já foi vereador, resolver.
O conselho – Eleito em 2012 pelo PSDB, o prefeito de Ipojuca, Carlos Santana, recepcionará hoje em sua cidade a presidente Dilma Rousseff. Quando Lula esteve lá, três anos atrás, como presidente da República, para entregar o petroleiro João Cândido, o prefeito era Pedro Serafim (PDT). O presidente achou-o “muito gordo” e recomendou-lhe “sexo” para baixar a barriga.
O sufoco – Todos os governadores do PSB (PB, CE, PI, AP e ES) concordam com a candidatura de Eduardo Campos a presidente da República bem como com o diagnóstico que ele faz sobre o estado de penúria em que hoje se encontram os estados e os municípios. Mas têm receio de abraçar a causa temendo retaliação por parte de Dilma, cujo autoritarismo dispensa comentários.
Conta-gotas – Ao decidir liberar em quatro parcelas a “quota-extra” do FPM prometida aos prefeitos pernambucanos, Eduardo Campos evitou, por tabela, que eles escapem ao controle do governo, pelo menos até dezembro deste ano quando a última quota estará sendo liberada.
Pra casa – Depois de 37 anos trabalhando como médico na prefeitura do Recife, o vereador e presidente da Câmara, Vicente André Gomes (PDT), pediu aposentadoria. Ele já é aposentado pela Câmara Federal, por invalidez, desde o ano de 2006, por ser portador de cardiopatia grave.
Por azar – Se o prefeito Geraldo Júlio estivesse no Recife na última 6ª feira, quando a cidade sofreu grandes transtornos devido às fortes chuvas que caíram, as providências tomadas pela prefeitura para enfrentar o “caos” nas ruas seriam exatamente as mesmas. Mas parte do povo não o perdoa por ele ter viajado ao RJ às 6h daquele dia quando o “caos” já estava instalado.
De todos – O PDT abriu espaço em suas inserções para os deputados Paulo Rubem, Guilherme Uchoa e Pedro Serafim Neto. Pode ser que agora cessem as críticas ao presidente regional e prefeito de Caruaru, José Queiroz, acusado de usar o tempo apenas em seu favor e do filho, Wôlney, deputado federal.
E o futuro? – Aécio Neves está muito mal como candidato a presidente da República. “O PSDB fez o Plano Real, criou o programa Bolsa-Escola, privatizou o serviço de telecomunicações e fez a Lei de Responsabilidade Fiscal”. É tudo verdade, mas é passado. E para o futuro, o que é que o senador propõe?
Fonte: Coluna Fogo Cruzado – Folha de Pernambuco/blog do Inaldo Sampaio
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