O aluguel de um jatinho por R$ 102 mil, na última segunda-feira, pelo governo do Estado, para levar a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) ao Rio de Janeiro e voltar, no mesmo dia, é a prova de que o Rio Grande do Norte está desgovernado, segundo avalia o deputado estadual José Dias (PSD). Segundo ele, a falta de manutenção regular, para evitar gastos, junto com a ausência de planejamento, levou o governo a colocar os dois aviões do Estado para a manutenção ao mesmo tempo. “Agora não precisa ter boa imaginação para extrapolar isso para todos os setores do estado. Tudo é feito com improviso e desperdício”, afirmou o parlamentar.
Segundo José Dias, o gasto evitável demonstra claramente a incapacidade administrativa do governo, uma vez que até carona com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, que também estava no evento do senador Garibaldi Alves e em seguida se deslocaria pela Força Área Brasileira (FAB), para São Paulo, Rosalba poderia ter aproveitado. “Ela devia ter pegado uma carona com Henrique, no avião da FAB. Ele ia para SP, só era passar no RJ e deixar ela. O evento (no RN, da Fundação Roberto Marinho) era interessante, o RN estava envolvido. Agora, tudo isso demonstra claramente a incapacidade administrativa do governo, porque quando precisa do avião oficial não está disponível, está em manutenção. E quando faz a manutenção passa mais tempo do que o período de voo. E quando envolve emergência (como no caso do aluguel do jatinho) o custo vai lá para cima, porque governadora precisa ir e precisa pagar. Isso é a prova gravíssima de que nós estamos desgovernados, o RN está governado”, disse José Dias.
O deputado disse que as aeronaves do Estado precisam de manutenção por questões práticas e legais. No entanto, no caso do Estado, os processos de manutenção são longos por falta de planejamento e de cumprimento das obrigações.
DESASTRE
Ausente faz alguns meses do noticiário, o deputado José Dias volta para constatar que o governo Rosalba não melhorou em nada nos últimos tempos. “Ao contrário. O governo está em marcha forçada para o desastre político maior”, diz. Na sua avaliação, “o governo vive uma novela em que o próximo capítulo é a loteria federal do Banco Mundial”, afirma sobre o empréstimo de 540 milhões de dólares. Para o deputado, porém, “já veio bastante dinheiro federal para cá, se considerarmos o financiamento da Arena das Dunas, que é uma fábula que não melhorou em nada o desempenho do governo e a vida do povo. Talvez vá piorar bastante porque nós é que vamos pagar essa conta”, considerou.
Segundo José Dias, o problema mais grave não é a falta de grandes investimentos no Rio Grande do Norte, mas o descumprimento das pequenas responsabilidades do Estado, como Segurança, Saúde e Educação. “O que torna realmente dolorosa a situação é que as pequenas responsabilidades, com os deveres cotidianos, esses são descuidados. Nós não podemos lamentar e chorar não termos investimentos grandes, mas é não termos o mínimo para saúde”, lamenta o deputado.
O deputado diz que as coisas não funcionam por falta de providências que são baratas. “Nós não estamos aqui reivindicando a modernização tecnológica da polícia, a eficiência do serviço de inteligência com recursos para funcionar. O que a gente está lamentando é não termos na cidade o mínimo de policiais, destacamento muito abaixo de qualquer necessidade. É não ter gasolina para os carros andarem, é não ter alimentação para os soldados. É não pagar as diárias da polícia. O que é quase inacreditável é que são as coisas que são fáceis de resolver. A solução dos problemas nasce aí, não é lá de cima. Não são operações espetaculosas e fantásticas. A gente espera o funcionamento”.
O retrato do caos na Segurança Pública, de acordo com José Dias, se configura em outros setores, como Saúde e Educação. Segundo ele, “tudo que você imaginar, de competência e obrigação do Estado, é descuidado”, diz, apontando não existirem, sequer, ilhas de destaque. “O governo não permite que nenhuma área sobressaia. Não tem recurso, não tem decisão”. Na sua visão, alguns setores “sobrevivem” pela competência dos seus responsáveis, que realizam “ingentes” esforços. “O que tem é a sobrevivência com esforço ingente de alguns secretários. O próprio secretário de Segurança tem competência e acho que tem empenho. Na Secretaria de Trabalho e Assistência Social tem a experiência gigantesca de Luz Eduardo, que tem um capital de conhecimento da administração e relacionamento muito grande, e está tocando a secretaria dentro desses esforços e não tem apoio para fazer grandes projetos. Está levando a coisa porque usa o capital dele. E outras áreas que estão apenas sobrevivendo”.
OBRAS
Quanto à paralisia de obras, em todo o Estado, mas, especialmente, em Mossoró, terra da governadora, José Dias aponta ser “uma das coisas mais vergonhosas” da gestão estadual, vez que as obras “são administradas por espasmos”. De acordo com o deputado, nas obras prevalece o calendário eleitoral. “Existe calendário, mas é eleitoral. As obras de Mossoró foram dirigidas para uma finalidade maior que foi ganhar a eleição em Mossoró. Passada a eleição, a coisa esmorece. Se você imaginar e acreditar que a governadora é candidata à reeleição, haverá um esforço para retornar isso no final deste ano para ano que entra. Se ela não for candidata, aí será ao deus-dará”. Atualmente, várias obras estão paralisadas em Mossoró, sendo as mais emblemáticas a duplicação da estrada de Tibau e a reforma do Estádio Nogueirão, dentre outras.
Fonte: Alex Viana/Jornal de Hoje
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