Paloma Gurgel é investigada por facilitação de fuga no Rio Grande do Norte.
A advogada Paloma Gurgel de Oliveira Cerqueira, inscrita na OAB do Rio de Janeiro, é investigada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte por suposto envolvimento na fuga de um preso da Penitenciária Estadual de Parnamirim. O preso, chefe de facção criminosa, saiu da cadeia usando um mandado de soltura falso.
Paloma é acusada de facilitação de fuga, falsidade ideológica e material, tráfico de influência e organização criminosa. Em outro processo, ela foi indiciada sob acusação de entregar um celular para um detento em presídio do RN.
Paloma, que também defende os traficantes Marcinho VP e Beira-Mar e está na lista dos que os visitaram seguidas vezes este ano, nega os crimes dos quais é acusada, e afirma não querer saber de onde sai o dinheiro usado para lhe pagar. Alguns advogados não consideram que honorários recebidos de bandidos sejam fruto de crimes.
— Costumo dizer que não sou defensora pública, sou advogada particular e tenho que receber pelos serviços que presto. As pessoas querem que a gente se sinta mal por ganhar vencimentos de um cliente do tráfico. Não me interessa saber de onde ele está tirando o dinheiro, se é ilegal ou não. O que sei é que meu trabalho é legal. Não vou perguntar nada sobre o pagamento porque tenho amor à vida. Vou chegar para o Beira-Mar e questionar de onde tirou o dinheiro para me pagar? — pergunta ela.
A advogada ressalta que o monitoramento nas penitenciárias federais é muito rigoroso:
— Nunca vi o Beira-Mar ou o Marcinho VP fora do vidro do parlatório, que é blindado. O contato é totalmente gravado por áudio e vídeo. Os agentes tiram fotos das nossas anotações, e até a caneta que usamos é fornecida por eles. Até gosto de ser monitorada, acho que isso me dá segurança.
Paloma diz que, por serem muito processados, é natural que os chefes de facções precisem de muitos advogados. O GLOBO procurou todos os defensores citados na reportagem, mas apenas Eliseu Paulino, acusado de lavagem de dinheiro, respondeu. No entanto, alegou que, como o caso está na Justiça, não pode comentá-lo:
— A atividade da advocacia, em algumas circunstâncias, é criminalizada de forma equivocada. Não quero me pronunciar.
Fonte: Elenilce Bottari e Vera Nunes/O Globo
Foto: Divulgação/Governo do RN
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