A Polícia Federal pediu a prisão do presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, nas investigações sobre venda de registro sindical no Ministério do Trabalho. Com parecer contrário da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido.
O ex-deputado faz parte de um grupo investigado por facilitar a concessão de registro sindical. Entre os alvos da chamada Operação Registro Espúrio estão os deputados Jovair Arantes (PTB-GO), relator do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff na Câmara, Paulinho da Força (SD-SP) e Wilson Filho (PTB-PB). Os gabinetes dos três na Câmara foram alvo de mandados de busca e apreensão.
No mesmo despacho, o ministro determinou outras 23 prisões preventivas e temporárias de outros suspeitos, entre elas a do secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Leonardo Arantes; e de Rogério Arantes, um dos diretores Instituto de Colonização e Reforma Agrária (do Incra), dois sobrinhos de Jovair Arantes.
Nos pedidos de prisões e buscas, Raquel Dogde informa a Fachin que "no decorrer do inquérito, a Polícia Federal identificou a existência de um esquema criminoso estruturado em cinco núcleos de atuação: administrativo, político, sindical, captador e financeiro".
A Polícia Federal ainda está apurando os valores cobrados por registro. Em um dos casos investigados, a polícia identificou a venda de um registro por R$ 4 milhões.
Em nota, a direção nacional do PTB afirmou que "jamais participou de quaisquer negociações espúrias no Ministério do Trabalho". O partido diz que, caso a participação de filiados no esquema seja comprovada, eles "devem assumir suas responsabilidades perante a sociedade".
O partido ressaltou que "reitera apoio ao trabalho da Polícia Federal – ontem, hoje e sempre -, em especial neste grave momento da vida nacional".
Apadrinhados no Ministério
O GLOBO revelou que apadrinhados pelo PTB-GO desempenham ou desempenharam funções-chave na liberação de recursos no Ministério do Trabalho. Eles foram responsáveis pela liberação de pagamentos a B2T, mesmo após parecer da Controladoria-Geral da União, que apontou superfaturamento nos contratos com a empresa e recomendou a suspensão dos repasses.
Fonte: Jailton de Carvalho/O Globo
Foto: Jorge William/Agência O Globo
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