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terça-feira, 29 de maio de 2018

PESQUISAS ELEITORAIS OU ENQUETES?

Na sexta-feira, a XP Investimentos, uma das maiores instituições financeiras do Brasil, que tem o Itaú como dono de 49,9% do negócio, vai divulgar sua segunda pesquisa presidencial no prazo de uma semana. Captará o incêndio provocado pela greve dos caminhoneiros.
A pesquisa está sendo feita pelo Ipespe, assim como a da semana passada.
Na outra, foram ouvidos 1000 eleitores pelo telefone. Custou R$ 30 mil e deu Jair Bolsonaro na cabeça, num cenário sem Lula (com Lula, deu empate).
Agora, serão 500 entrevistados. De novo, por telefone. E sairá por R$ 15 mil para a XP, que a encomendou.
Beleza. Só que em 17 de abril, a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (Abep) enviou ao ministro Luiz Fux, presidente do TSE, uma nota técnica em que afirma com todas as letras que pesquisas como as da XP/Ipespe não podem ser consideradas como tal.
Eis o que diz a correspondência enviada a Fux:
— Hoje, a única pesquisa que atende os requisitos legais é a pessoal, face a face. Pesquisas telefônicas, pesquisas online e aquelas realizadas através de URAs não atendem os requisitos de amostragem, conforme definido na lei, pois elas têm problemas de acesso, de representatividade e de auto seleção, o que faz com que deixem de ser pesquisas e passem a ser enquetes.
A Abep foi além. Pediu a Fux que proíba o que chama de enquetes em ano eleitoral:
— As enquetes causam prejuízo ao processo eleitoral e indevida influência na opinião pública e consequentemente na intenção de voto.
As pesquisas do Ibope para medir o pulso da eleição presidencial são feitas com 2.002 entrevistados. O último Datafolha ouviu 4.194 pessoas. Em geral, essas pesquisas custam cerca de R$ 220 mil reais, no caso do Ibope. A próxima da XP será feita com 500 eleitores, a um custo de R$ 15 mil.

Fonte: Lauro Jardim/O Globo

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