Ministro dos governos Itamar Franco e FH, o ex-senador (PTB-PR) foi dono do banco Bamerindus, liquidado em 1997.
O empresário e ex-ministro paranaense José Eduardo Andrade Vieira, morreu no domingo, vítima de uma parada cardiorrespiratória em Londrina (PR), depois de 20 dias de internação em um hospital da cidade para tratamento de uma pneumonia. Senador pelo PTB do Paraná, Andrade Vieira foi ministro da Indústria, Comércio e Turismo entre outubro de 1992 e dezembro de 1993, no governo do presidente Itamar Franco. E voltaria ao ministério de Fernando Henrique Cardoso, à frente da pasta da Agricultura, entre janeiro de 1995 e maio de 1996.
Paralelamente à carreira política, Andrade Vieira dirigia o banco Bamerindus. Fundado por seu pai, Avelino Antônio Vieira, o Bamerindus era um dos maiores bancos privados do país e chegou a ter mais de mil agências. Em 1997, porém, a instituição foi liquidada pelo Banco Central no âmbito do Programa de Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), criado para resgatar bancos afetados pelas estabilização da economia depois do Plano Real.
Naquele mesmo ano, o Bamerindus foi dividido em duas partes: a boa, foi vendida para o inglês HSBC, e a outra, com os chamados “ativos podres” seguiu com o BC. Andrade Vieira nunca perdoou o ex-presidente Fernando Henrique e o ex-ministro Pedro Malan (Fazenda). Ele dizia ter sido traído por razões políticas. Para Andrade Vieira, o banco tinha plenas condições de superar os problemas que enfrentava e a intervenção não se justificava.
O processo de liquidação foi encerrado somente em 2012, e em 2013 o que sobrou do Bamerindus foi comprado pelo banco BTG Pactual, por R$ 418 milhões. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo”, em março de 2012, logo depois da suspensão da liquidação, Andrade Vieira afirmara que o fato de o banco ser colocado à venda, com créditos tributários estimados em R$ 1,5 bilhão, depois de 15 anos desde a intervenção, era a “prova de que o Bamerindus não estava falido” quando foi liquidado pelo BC.
Depois de intervenção no banco, o empresário deixou a vida política e voltou ao Paraná dedicando-se às suas fazendas e à direção da “Folha de Londrina”, jornal que havia comprado em 1992. Mais recentemente, passou a direção do jornal às suas filhas e morava na Fazenda da Capela, em Joaquim Távora, no norte do Paraná, onde dedicava-se à criação de gado e ao cultivo de milho.
Andrade Vieira foi cremado na manhã desta segunda-feira. O ex-ministro tinha 76 anos e deixa sete filhos.
Fonte: http://oglobo.globo.com/
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