Medicamento está em falta desde ano passado por dificuldade de importar matéria-prima.
No “dia alusivo” ao combate a sífilis congênita, que ocorre no terceiro sábado de outubro, a doença ainda preocupa. Isso porque os estoques de penicilina, que trata a sífilis, continuam baixos ou zerados. Desde o ano passado, a penicilina está em falta no país porque os produtores nacionais tiveram dificuldade para comprar a matéria-prima, que é importada. Por isso, o Ministério da Saúde decidiu realizar uma compra emergencial de 700 mil unidades de penicilina, até que os estados realizem suas licitações e adquiram o produto.
A medida, inédita, tem como finalidade apoiar os gestores locais, garantindo, assim, o atendimento a todas as unidades de tratamento de sífilis congênita. A expectativa do Ministério da Saúde é que até o final deste ano estas unidades sejam distribuídas.
A penicilina é um medicamento que faz parte do Componente Básico da Assistência Farmacêutica, em que o Ministério da Saúde repassa recurso para a compra. E a aquisição cabe aos estados e municípios.
Transmitida de mãe para filho durante a gravidez, a sífilis congênita é uma realidade cada vez mais preocupante nas maternidades da rede pública de saúde.
Entre 2010 e 2014, o número de casos da doença no estado do Rio de Janeiro duplicou: passaram de 1.535 para 3.588 no ano passado. Para alertar a população, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro lançou, nesta sexta-feira, uma campanha que inclui ações e metas junto aos municípios.
A ideia é aumentar a identificação da doença e melhorar a qualificação do pré-natal na rede pública. Para isso, as gestantes devem fazer a testagem duas vezes ao longo da gravidez e antes do parto. O parceiro também deve ser tratado para evitar a reinfecção.
Em 2010, o índice estadual foi de 7,1 casos por mil nascidos vivos e chegou a 15,4 em 2014. Ao todo, de 2010 a 2014, foram notificados 13.013 casos de sífilis congênita no estado.
Em relação à faixa etária da mãe, houve a evidência que o maior percentual de gestantes se encontra entre 20 e 34 anos de idade, representando 61,4% dos casos diagnosticados, no período de janeiro de 2010 a agosto de 2014.
— Por meio do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, é possível evitar que a criança adquira a doença. Infelizmente a sífilis congênita ainda é uma causa frequente de abortos e má-formação do feto — diz o subsecretário de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe.
Para o Ministério da Saúde, o Brasil apresentou nos últimos anos uma melhora da vigilância epidemiológica. Entre 2008 e 2013, o número de testes realizados por gestantes mais que triplicou e por isso o número de casos também saltou.
Foram realizados 4,1 milhões de testes de sífilis em gestantes no último ano contra 1,2 milhões cinco anos antes. Apenas nos seis primeiros meses de 2015, foram realizados cerca de 2 milhões de testes.
Fonte: Carol Knoploch/http://oglobo.globo.com/
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