Os últimos três dias transcorreram na mais alta temperatura na bancada do PMDB do Senado. O último capítulo da guerra começou com a ameaça iminente de racha e monitoramento constante do Planalto. E terminou com o recuo de quem passou a semana dizendo que não recuaria: Romero Jucá.
Na segunda-feira, Michel Temer reuniu-se com Eunício de Oliveira e saiu com a certeza de que a desistência não partiria dele. Muito pelo contrário.
Em outra ponta e diferentes momentos, Ideli Salvatti e Eduardo Braga deliberavam sobre como evitar o que ambos e Eunício não queriam: Jucá líder do bloco partidário que o PMDB integra e Eunício, do partido.
O trio sabia que, se as lideranças fossem divididas, Eunício e Braga seriam esvaziados e, pior, o Planalto teria bem mais problemas do que está disposto.
Montou-se então a estratégia ou, em outras palavras, a ameaça de racha.
Unha e carne de Jucá e Renan, Gim Argelo recebeu um recado: se o quadro permanecesse como estava, Eunício poderia abandonar a ideia de liderança e lançar uma candidatura alternativa e de última hora à presidência do Senado. Era blefe, mas Gim e Renan não quiseram pagar para ver. Óbvio.
Eunício postulando a Mesa Diretora seria tudo o que Renan (amplamente desgastado frente à opinião pública) não precisava e mais do que seus adversários sonhavam. Claro, sendo do PMDB, Eunício teria total legitimidade para ocupar a cadeira que hoje é de José Sarney.
Sem alternativas, Renan fez agora o que poderia ter construído há seis meses: administrou Jucá, tirando-lhe da parada e empurrando-lhe goela abaixo a segunda vice-presidência da Casa.
Ao fim e ao cabo, a Jucá sobrou uma saída honrosa e uma promessa: a vice-liderança do PMDB e a sinalização de que Eunício será candidato a governador do Ceará em 2014.
Mas até lá, o Planalto e os adversário de Renan, Jucá e Gim esperam já ter outra carta na manga.
Fonte: Lauro Jardim
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