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segunda-feira, 16 de maio de 2011

ATAQUES DE ALDO FORTALECEM LIDERANÇA DE MARINA NO PV.

O ataque do deputado Aldo Rebelo (PC do B) à ex-senadora Marina Silva (PV-AC), na quinta-feira, representou para ela um duplo benefício. De um lado garantiu seu retorno aos holofotes no debate sobre o projeto do Código Florestal, tema que ela explorou bem na campanha do ano passado, da qual saiu em terceiro lugar, com 19,6 milhões de votos. De outro, levou o PV, ainda que com um certo atraso, a se unir em sua defesa, esquecendo temporariamente a disputa interna e o clima de hostilidade a que ela vinha sendo submetida.
A situação de Marina no PV é nebulosa, no mínimo. Após semanas de pregação pelo Brasil, tentando mobilizar setores da militância verde em defesa da realização de convenções e eleições partidárias, ela não obteve até agora nenhum sinal da direção do PV de que suas reivindicações serão atendidas. Alguns de seus assessores mais próximos já não escondem o desânimo, ao mesmo tempo que circulam rumores de que a ex-senadora estaria se aproximado do PPS de Roberto Freire (PE).
O desânimo está relacionado ao modo de agir do deputado José Luiz Penna (SP), que preside o PV há 12 anos. Consciente do impulso que Marina pode dar às candidaturas verdes na eleição municipal de 2012, ele procurou recentemente esfriar o calor do debate interno. “Houve uma distensão e abertura para o diálogo”, observou o deputado Alfredo Sirkis, vice-presidente do PV.
A distensão não levou, porém, a definições sobre questões consideradas essenciais por Marina, como observa Maurício Brusadin, presidente do partido em São Paulo e líder do movimento Transição Democrática. “Questões cruciais, como mudança do estatuto, democratização interna e eleição nacional continuam sem definição”, afirma.
A situação tende a ficar mais incômoda. Alguns aliados de Marina temem que, mesmo que surja um acordo com Penna, ele não seja cumprido. Um deles lembrou que o presidente do PV havia se comprometido com a ex-senadora a iniciar a reestruturação e democratização da máquina partidária após o segundo turno da eleição do ano passado.
O debate sobre o Código pôs a disputa interna em segundo plano. Procurado, Penna respondeu por meio de sua assessoria que prefere falar sobre esse tema em outra ocasião, porque agora as atenções estão voltadas para o Congresso. Ele foi um dos signatários da nota de desagravo da bancada do partido em defesa de Marina.
Foi nesse cenário que surgiram os rumores de que Marina, para não correr o risco de ficar imobilizada no interior de um partido que a desagrada, estaria mirando o PPS. Oficialmente, ninguém confirma o namoro. Consultado, Freire disse que nunca falou com Marina a respeito. Mas também lembrou a existência de pontos convergentes entre as bandeiras de seu partido e as de Marina em relação a temas nacionais.

Fonte: Tribuna do Norte

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