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quinta-feira, 25 de junho de 2020

TESTES DE VACINA DE OXFORD PODEM DURAR UM ANO, DIZ REITORA DA UNIFESP

Os estudos para comprovar a eficácia de uma potencial vacina contra a covid-19 desenvolvida na Universidade de Oxford podem levar até um ano na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), e a instituição mantém conversas adiantadas para também testar em voluntários brasileiros uma candidata a vacina criada na Itália, disse à Reuters a reitora da universidade, Soraya Smaili.
Segundo a reitora, qualquer uma dessas vacinas que se provar eficaz contra o coronavírus poderá ser produzida no Brasil, pois o país tem competência e infraestrutura técnica para isso.
Os testes com a potencial vacina da universidade britânica — uma das 10 do mundo em estágio mais avançado de estudo — começaram nesta semana no Brasil e deverão incluir, inicialmente, 2 mil voluntários em São Paulo e outros 1 mil no Rio de Janeiro.
"Esta etapa, que é a Fase 3, poderá levar até 12 meses", disse Smaili.
"Num prazo de seis meses, talvez a gente tenha um resultado preliminar. Mas não é possível dizer que em seis meses teremos a vacina. Isso não é possível dizer agora, temos que aguardar os resultados, essa é uma etapa muito importante, é necessária concentração e a ciência tem o seu tempo."
Após a aplicação da vacina nos voluntários — profissionais de saúde e funcionários do Hospital São Paulo, ligado à Unifesp, de entre 18 e 55 anos que estão expostos ao vírus — eles terão de ficar à disposição para serem acompanhados por alguns meses, com vistas a detectar se a vacina gerou a produção de anticorpos contra o vírus.
Os estudos em São Paulo estão sendo financiados pela Fundação Lemann, do empresário bilionário Jorge Paulo Lemann. No Rio, o programa está sendo bancado pela Rede D'Or de hospitais.
A vacina em estudo na Unifesp usa um vetor viral — baseado em um vírus modificado que atinge chimpanzés, mas não humanos, ao qual é acrescido uma proteína que o coronavírus usa para invadir células para induzir a produção de anticorpos — em vez de um vírus inativado, que é a tecnologia adotada no candidato a imunizador desenvolvido pela empresa chinesa Sinovac e que será testado em voluntários brasileiros pelo Instituto Butantan a partir de julho.
A vacina britânica não é a única em estudo na Unifesp. A instituição participa de experimentos liderados pela USP (Universidade de São Paulo) para desenvolver uma vacina brasileira contra a covid-19, que está em etapa pré-clínica.
Além disso, a Unifesp pode fechar parceria para realizar no Brasil testes de comprovação de eficácia de uma candidata italiana para imunizar contra o coronavírus.
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Fonte: Eduardo Simões
Foto: Amanda Perobelli/Reuters

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