Dados do Ministério da Saúde mostram que mortes no início da pandemia são maiores do que as contabilizadas à época e começaram em 15 de março.
Ao tentar manipular os dados da Covid-19, abrindo uma crise recente em meio à pandemia, a atual gestão do Ministério da Saúde defendeu que as mortes deveriam ser divulgadas pela data da ocorrência, e não mais pelo dia em que foram notificadas ao governo federal — o que ocorre quando há a confirmação da Covid-19, procedimento que pode levar semanas após o óbito.
O gráfico nesse formato, no entanto, revela que a doença chegou muito mais letal ao país do que se sabia, segundo cruzamento de dados oficiais feito pelo GLOBO.
A nova forma de apresentar os números mostra que a primeira morte pela doença no país aconteceu em 15 de março, dois dias antes do primeiro registro oficial. No dia 17, quando o ministério anunciou pela primeira vez uma vítima fatal de Covid-19 no Brasil, oito pessoas já haviam morrido por causa da doença.
Em março, o novo coronavírus matou 666 pessoas no Brasil, enquanto a quantidade divulgada no período, a partir dos óbitos que eram esclarecidos, foi de 201 vítimas. O dado real, portanto, é mais do que o triplo do que estava contabilizado até então para o mês.
Em abril, a discrepância se repete. As mortes confirmadas diariamente pela pasta, com base nas notificações recebidas, somaram 5.711, mas o número totaliza mais que o dobro: 11.544 óbitos ocorreram no período.
No mês de maio, o número de mortes por data de ocorrência (24.741) também superou a quantidade noticiada pela pasta (23.402), a partir das notificações dos estados, embora os dados tenham ficado mais próximos.
Essa diferença é explicada devido ao atraso na investigação de parcela significativa de mortes, principalmente no início da doença no Brasil, quando a falta de insumos para testes e de laboratórios qualificados era maior.
Assim, muitos óbitos ocorridos nos primeiros meses da pandemia no país só foram esclarecidos em período posterior, quando houve a notificação ao Ministério da Saúde.
Somente após ser notificado, o Ministério da Saúde inclui o dado no boletim diário como "novas mortes". Essa metodologia foi adotada desde o início da pandemia da Covid-19 no país, ainda na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, para dar transparência sobre o avanço da doença no país.
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Fonte: Renata Mariz/O Globo
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