Discreta, mas sempre influente nas decisões do marido, Renata Campos uniu o PSB em torno de Marina e abriu caminho para mudança no cenário eleitoral. Ex-primeira-dama era chamada de “vice-governadora”, mostra a Revista Congresso em Foco.
Quase 3 mil pessoas se apertavam no salão principal de uma casa de eventos no bairro do Derby, Zona Norte de Recife. Cinegrafistas, fotógrafos e repórteres formavam uma barreira humana desde a calçada. Todos ávidos por uma declaração, uma frase, uma palavra de Renata de Andrade Lima Campos, que naquela segunda-feira cinzenta, de 18 de agosto, completava 47 anos. Aniversário lembrado sem comemorações, um dia após o enterro do marido, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto cinco dias antes – vítima de um desastre aéreo em plena campanha à Presidência da República, ao lado de quatro assessores e dos dois pilotos.
Arrastada pela tragédia para o centro das discussões sobre o rumo da sucessão presidencial, Renata não esmoreceu no luto. Confortou quem procurava consolá-la, manteve a sobriedade da família e assumiu o protagonismo do marido. Sempre discreta, mas influente, tornou-se a fiadora da chamada “terceira via” na corrida pelo Planalto ao avalizar a condução de Marina Silva (PSB), até então vice de Eduardo, à cabeça da chapa. Renata só não virou a vice de Marina porque não quis. Alegando que tinha de cuidar dos cinco filhos, recusou o convite feito pela direção nacional e apoiou a indicação do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) para a vaga.
A reunião daquele dia havia sido marcada pelo marido, que viria de Fortaleza para o aniversário da esposa e aproveitaria a parada em Recife para comandar um encontro com o PSB local. Renata manteve o compromisso e o conduziu pessoalmente. Legítima herdeira do capital político de Eduardo Campos, ela estava ali, menos de 24 horas após o enterro do companheiro, para dar um recado claro ao partido e aos seus adversários.
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Fonte: Bruna Serra/http://congressoemfoco.uol.com.br/
Foto: Fernando Frazão/ABr
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