Em palestra a pequenos empresários de Belo Horizonte, Ciro Gomes (PSB-CE) fez comentários pouco lisonjeiros sobre o time de ministros da “aliada” Dilma Rousseff. Definiu a equipe da presidente como “muito fraquinha”. Citou três ministros, todos filiados ao PT.
Sobre Ideli Salvatti, a coordenadora política de Dilma, Ciro disse: “Não seria minha secretária particular para assuntos subalternos.” Indagou: “E por qual razão foi colocada no cargo?” Respondeu: “Por petismo besta”.
Vergastou também Alexandre Padilha. Ministro da Saúde de Dilma, ele ocupou na fase final da gestão de Lula a cadeira de Ideli. Ciro definiu-o como “lobista do governo”. Por quê? “Negociava votos para o governo oferecendo emendas parlamentares.”
De resto, Ciro alfinetou a senadora licenciada Gleisi Hoffmann, chefe da Casa Civil. Tratou-a como uma neófita. “Não conhece as pessoas, não conhece a legislação, o Ministério Público… E quando aprender o governo já terá terminado.”
Embora sua língua desejasse prosseguir, Ciro preferiu travá-la. Do contrário, disse ele, “vou perder dez amigos amigos. E ainda tenho muitas palestras para fazer.” Ficou entendido que, dos 38 auxiliares de Dilma, o “amigo” cearense inclui pelo menos treze na conta de gente “muito fraquinha”.
Ciro alvejou também um personagem graúdo. Evocando a disputa municipal de Fortaleza, o ex-ministro de Lula comentou o apoio que o ex-chefe deu ao candidato petista Elmano de Freitas, derrotado por Roberto Cláudio, do PSB. “Lula foi lá e perdeu, para se lembrar que não é Deus, mas apenas uma pessoa especial.”
De resto, para não perder a viagem, Ciro levou à alça de mira uma liderança mineira, o presidenciável do PSDB Aécio Neves, aliado do prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda, do seu PSB. “Estou me decepcionando com o Aécio. Ninguém vai governar o Brasil tentando se contrapor ao PT. Vai perder todas as próximas eleições.”
“É necessário propor algo novo. Caso contrário, vai apenas legitimar as vitórias dos petistas”, lecionou Ciro. Acha que convém acabar com a “bajulação” que rodeia Aécio. Com uma sinceridade de amigo, acrescentou: “É preciso falar o que deve ser feito.”
Quem ouve Ciro se convence: na política, só existe um amigo realmente sincero. O amigo do alheio.
Fonte: Josias de Souza
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