Instaurada em abril deste ano, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid que transcorre no Senado tem se mantido sob holofotes e mudado o ritmo de Brasília.
No foco dela, estão investigações sobre os atos do governo federal durante a pandemia. Ao lado disso, partidos analisam cenários e testam nomes para possíveis candidaturas, tanto estaduais, quanto nacionais. Somente na última semana dois senadores que, apesar de não serem titulares, marcam presença diária na CPI, surgiram como pré-candidatos a chefes do Executivo brasileiros: Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Simone Tebet (MDB-MS).
No último domingo (29), Alessandro Vieira lançou pré-candidatura à presidência da República pelo Cidadaia. Em nota, o parlamentar colocou o nome à disposição do partido justificando que o ato se dava pela ausência de candidatos da "terceira via". O parlamentar apresentou o resultado das últimas pesquisas eleitorais que mostram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (sem partido), acirrados na disputa pelo 2º turno.
Enquanto isso, o MDB, confirmou a intenção de lançar a senadora Simone Tebet pré-candidata assim que os trabalhos da CPI sejam encerrados, algo que deve ocorrer na última semana de setembro. Tebet evita falar sobre o assunto.
No início do ano, entretanto, o partido se recursou a embarcar na candidatura de Simone Tebet para concorrer à presidência do Senado e ela precisou lançar seu nome de forma independente. Ao invés disso, o MDB apoiou Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que tinha aval do Planalto. A senadora chegou a reclamar ter perdido votos que eram prometidos a ela e que passaram a ser compromissados para o mineiro.
Em junho, a senadora teve participação decisiva em identificar a ligação do nome do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), ao caso Covaxin. O parlamentar teria articulado para que fosse possível a negociação irregular da vacina indiana, conforme relatou o deputado Luis Miranda (DEM-DF) em depoimento á CPI.
Entre os membros da CPI que também desejam concorrer nas próximas eleições, porém para governos estaduais, estão, por exemplo, o senador Otto Alencar, que deverá concorrer ao Executivo da Bahia pelo PSD; o senador Eduardo Braga que se coloca como possível candidato pelo MDB ao estado do Amazonas e o senador Jorginho Mello também possível candidato a governador, mas de Santa Catarina pelo PL.
O senador Marcos Rogério (DEM-RO), um dos aliados ao governo, pretende concorrer ao governo de Rondônia em 2022. Rogério foi deputado federal entre os anos de 2010 e 2014. Tímido aliado, o senador Eduardo Girão (Podemos) poderá disputar o governo do Ceará.
Entre a base da oposição, o vice-presidente da Comissão Randolfe Rodrigues (Rede-AP) é um dos cotados da sigla para disputar o governo do Amapá.
Historicamente, os trabalhos de apuração desenvolvidos pelas CPIs atraem holofotes e destacam parlamentares que buscam fôlego eleitoral. Em 2020, por exemplo, a CPI dos Correios de 2005, projetou nomes como Eduardo Paes (DEM-RJ), ACM Neto (DEM-BA) e Gustavo Fruet (PDT-PR), que mais tarde concorreram às prefeituras do do Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba.
Fonte: Congresso em Foco
Foto: Agência Senado
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