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quarta-feira, 4 de agosto de 2021

EX-DIRETOR DO MINISTÉRIO DA SAÚDE ADMITE À PF QUE PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DA COVAXIN FOI "ATÍPICO"

Roberto Dias afirmou que pagamento para empresa de Cingapura fora do contrato 'não é comum' e negou ter feito pressão para servidor da pasta a acelerar comprar de imunizantes

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias admitiu que "não é comum" a pasta efetuar pagamento a empresas que não constam de contratos. Dias classificou ainda como "atípico" o processo de importação da vacina Covaxin pelo governo federal, intermediado pela Precisa e que indicava uma empresa sediada em Cingapura, fora do acordo, para receber recursos públicos.

A resposta de Dias foi dada após a PF perguntar por que o governo pretendia repassar US$ 45 milhões à Madison Biotech, empresa de Cingapura que não constava do contrato celebrado entre o Ministério da Saúde e a Precisa, representante no Brasil do laboratório indiano Bharat Biotech, fabricante da vacina Covaxin.

As suspeitas em relação à importação de 20 milhões de doses do imunizante indiano veio à tona com as investigações da CPI da Covid - que levaram ao cancelamento do contrato de R$ 1,6 bilhão assinado pela Precisa e pelo Ministério da Saúde.

- Isso (repasse a empresas fora do contrato) não é comum, mas, em termos de importação, fui questionar o coordenador do financeiro, não é impossível. Existe um ou dois casos que foram pagos para quem foi indicado na invoice (recibo com indicações para o pagamento). Era compra pequena, se não me engano demanda judicial. Obviamente esse montante (do caso Covaxin) é diferenciado. O que acontece? Isso nunca chegou para mim como uma situação, um problema - disse Dias.

O ex-diretor do ministério da Saúde argumentou que a pasta não viu impedimento à importação da Covaxin porque no dia 23 de março foi apresentada declaração de vínculo entre a fabricante da vacina, a indiana Bharat Biotech, e a Madison Biotech, que tem sede em Cingapura, país considerado um paraíso fiscal.

- Essa situação (da Covaxin) foi anuída pela fiscal do contrato, mas parou diante de toda essa polêmica - afirmou.

Segundo Dias, o processo de importação da Covaxin foi "atípico" e "diferente". Ele disse ter sido oficiado no dia 17 de abril pela Precisa, que fez pleitos em relação ao contrato que havia sido assinado. Dias afirma que a farmacêutica pediu alteração do cronograma, cláusula de sigilo e alteração na modalidade do pagamento, que passaria a ser feito no ato de embarque. Também foi solicitada alteração na cláusula de exclusividade.

Fonte: O Globo

Foto: Reprodução

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