Um grupo de manifestantes se reuniu nesse sábado (28.fev.2021) em frente à Casa Rosada (sede do governo da Argentina), em Buenos Aires, para protestar contra o chamado escândalo da “Vacina VIP”. O caso foi divulgado quando o jornalista Horacio Verbitsky, 71, disse a uma rádio local que “amigos e bons contatos”, incluindo ele, foram privilegiados na fila da vacinação contra a covid-19. Verbitsky contou que o ministro da Saúde, Ginés González García, chamou seu “velho amigo” para receber a imunização.
Segundo a imprensa local, além do jornalista, outros pessoas próximas ao governo, incluindo prefeitos, militantes políticos e funcionários também teriam sido vacinados, apesar de não estarem dentro dos grupos prioritários. Na 6ª feira (26.fev.2021), o presidente do país, Alberto Fernández, pediu a renúncia de seu ministro da Saúde, Ginés González García, depois que foi revelado que pessoas próximas a ele haviam sido vacinadas contra a covid-19. Horas depois, o próprio ministro renunciou ao cargo.
Manifestações ocorreram em várias partes do país. Na capital Buenos Aires, manifestantes encheram sacos de lixo para representar corpos de vítimas do coronavírus. Colocaram nomes de pessoas junto à inscrição “Estava esperando a vacina”.
O presidente Alberto Fernández não entendeu o protesto, e reclamou que os manifestantes estavam colocando os nomes de dirigentes políticos nas representações de corpos. “Essa ação lamentável só mostra como muitos opositores encaram a República. Não nos calaremos diante desse ato de barbárie”, escreveu no Twitter.
No protesto de sábado, na praça central, estavam lideranças da oposição, como o deputado Mario Negri, presidente do bloco da União Cívica Radical e da coalizão Juntos pela Mudança na Câmara dos Deputados, que destacou a “indignação” que os cidadãos vivem. “As pessoas podem ter sido mobilizadas por indignação, porque muitas coisas foram feitas no Estado, e é verdade que as vacinas estavam faltando, mas o que sobrou foi a imoralidade política no governo.”
Figuras de outras áreas também participaram dos protestos em Buenos Aires, como o ator Luis Brandoni, um conhecido opositor do governo, que disse que o caso é uma “vergonha”. “Novamente expressando pacificamente as aspirações republicanas que a maioria dos argentinos tem”, disse Brandoni.
Além do escândalo das vacinas, as pessoas protestaram contra outras questões relacionadas ao governo, como a corrupção. Muitos tiveram como alvo a vice-presidente Cristina Kirchner, que enfrenta uma série de processos judiciais.
O presidente Alberto Fernández pediu que as manifestações a favor de seu governo, convocadas para esta 2ª feira (29.fev.2021), fossem realizadas dentro de casa. “Com minha sincera gratidão, em 1º lugar, peço que continuem a dar o exemplo e que desta vez todos sigam minha mensagem remotamente. De suas casas ou de seus locais de trabalho. A pandemia ainda está nos atacando. Vamos cuidar do nosso vizinho, mesmo que outros não (cuidem)”.
Fonte: PODER360/Blog do BG
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