O massacre que vitimou dez trabalhadores rurais em Pau D’Arco, no município de Redenção, sudeste do Pará, completou um ano nesta quinta-feira (24). O crime aconteceu na madrugada do dia 24 de maio de 2017. Dezenove policiais foram investigados pelas mortes, 13 deles, indiciados e atualmente estão presos, mas os mandantes da chacina não chegaram a ser identificados.
A chacina que resultou na morte de dez posseiros – nove homens e uma mulher – aconteceu durante uma ação de reintegração de posse em um acampamento na Fazenda Santa Lúcia que teve a participação de 29 policiais, sendo 21 militares e oito civis.
Darci Frigo, vice-presidente do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, diz que a comunidade enfrenta um forte clima de tensão em Pau D´Arco. “Ainda persiste um clima de insegurança e ameaças, sejam aos familiares das vítimas, sejam aos advogados e advogadas constituídos para defender as vítimas. Um dos advogados saiu da região nos últimos dias em função de pessoas estranhas começarem a aparecer próximos à sua casa, com moto, circulando.”
Em nota divulgada nesta quinta-feira, a Polícia Civil do Pará diz que considera concluída a apuração sobre a chacina de Pau D´Arco. O inquérito foi encaminhado à Justiça em outubro do ano passado. Treze dos 19 policiais investigados foram indiciados, sendo 11 militares e dois civis. Todos eles estão presos aguardando a sentença judicial.
O Ministério Público do Pará apresentou nesta quinta-feira as alegações finais e pediu à Justiça que os policiais denunciados sejam submetidos a julgamento pelo tribunal do júri, em Redenção, por crimes como homicídio e constituição de milícia.
Em abril deste ano, as testemunhas da chacina de Pau D´Arco confirmaram que as dez vítimas não reagiram e sofreram com a crueldade da execução. Cinco pessoas sobreviveram ao massacre fugindo pela mata. Por causa da chacina de Pau D´Arco e de outras denúncias, entre os dias 11 e 13 de junho, a reunião do Conselho Nacional de Direitos Humanos será em Belém.
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