Economista criador do Mais RN fala sobre a necessidade de união pela solução dos problemas financeiros.
Há quatro anos, após um esforço da classe empresarial, a consultoria Macroplan foi contratada para elaborar um programa que servisse de orientação para o planejamento econômico do Rio Grande do Norte, algo inexistente até então. Do esforço, surgiu o Mais RN, um programa amplo, com diagnóstico sócio-econômico, análise de setores, propostas de política industrial, saneamento das finanças, investimento em recursos humanos, ou seja, tudo que pode ser implementado para abrir as portas para o progresso de uma dada localidade.
Cenários foram criados no Mais RN e o mias pessimista deles foi batizado de “Derrubando o elefante”. O diretor da Macroplan e coordenador do Mais RN, o economista Cláudio Porto diz que o estado vive hoje este cenário, o que piora as projeções de entrada do RN em um cículo virtuoso de progresso.
Em uma entrevista na sede da Fiern, Porto fortaleceu a necessidade de união da classe política. Ele veio a Natal para tratar com os empresários sobre a necessidade de atualização do Mais RN.
“O Rio Grande do Norte precisa de um esforço concentrado para resgatar a capacidade de entregar à população os serviços essenciais de qualidade e o MAIS RN traz esta agenda que agora será atualizada”, disse ele.
O Mais RN já contemplava a necessidade de melhorar os gastos e fazer um ajuste fiscal e financeiro com um pacto de solidariedade entre todos os Poderes. Em janeiro, durante a convocação extraordinária na Assembleia Legislativa, a maior parte do ajuste fiscal proposto pelo governo foi deixado de lado, adiando ainda mais o saneamento das contas públicas.
Entre as medidas fundamentais apontadas pelo economista para o RN estabelecer uma retomada estão um amplo pacto pelo desenvolvimento econômico e social do RN para entregar a sociedade serviços essenciais de qualidade nas áreas de saúde, educação e segurança; a criação de um ambiente mais favorável aos negócios; e tornar o Estado mais eficiente por meio da melhoria da qualidade e da produtividade do gasto público potiguar.
Para exemplificar a ineficiência no gasto, Cláudio Porto, aponta que o custo do aluno da rede pública potiguar subiu 90% entre 2009 e 2015, saindo de R$ 2,5 mil por aluno ao ano para R$ 5 mil por aluno ao ano, enquanto a nota no IDEB permaneceu estagnada em 2,8 no mesmo período. Em 2016, a despesa per capita empenhada pelo Poder Legislativo foi de R$104,09 enquanto no vizinho Ceará, gastou-se R$ 65,00 per capta.
“Faremos uma atualização do diagnóstico técnico, econômico e fiscal para fundamentar as propostas e projetos de Governo. Não será um manifesto de cunho político”, observa Cláudio Porto. Lançado em 2014, o estudo passará por uma revisão de dados considerando o agravamento da crise socioeconômica, financeira e fiscal pela qual o país e o RN atravessam.
O documento deverá preservar cerca de 80% do estudo feito, segundo estima o consultor, com a inserção da visão empresarial e novas propostas para o Estado recuperar a capacidade de gestão e melhorar o gasto público, além de um plano de atração de investimentos.
Além de um amplo pacto pelo desenvolvimento do Rio Grande do Norte, o Plano propõe 18 metas indicativas e estratégias para a consolidação de um estado eficiente e qualificação das instituições. A revisão contará ainda com casos de boas práticas aplicadas em outros estados que resultaram em melhor eficiência da máquina pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.