A competência e maestria de Maria Elvira serve de inspiração para outros
A secretária de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer da cidade norte-rio-grandese de Viçosa, Maria Elvira de Oliveira Lopes, tem se destacado em tudo que busca desenvolver.
Ela concedeu entrevista a Márcio morais, ao site Vale do Apodi e nós do RN POLÍTICA EM DIA, reproduzimos na íntegra, por ser recheada de excelentes informações.
A música sempre foi uma característica minha. Sempre tive vontade de tocar (principalmente violão). O primeiro contato foi como integrante da Orquestra Filarmônica Padre Dário Torboli de Viçosa. E desde os 12 anos, participando de atividades escolares, que canto. Logo após, comecei a tocar vários instrumentos.
Cássia Eller, Rita de Cássia, Maria Gadu, Gal Costa, Maria Bethânia, Los Hermanos, Chico César, dentre outros.
Você lembra da sua primeira apresentação?
Sim, lembro. Foi numa atividade escolar, cantando “O segundo Sol” de Cássia Eller. Nessa ocasião só cantei, depois fui integrando o violão.
Como foi essa experiência?
Foi a partir dessa ocasião que percebi que tinha mesmo um chamado pra música. A voz tremia, mas lembro muito bem da força de professores, como Giordanio Freitas, que muitas vezes foi o meu pedestal, me dando força para participar dessas oportunidades na escola. Só depois que aconteceu que me dei conta que todos gostaram e despertei para essa missão.
Antes de mais nada, abençoada. Tudo vem de Deus, e para Ele são todas as coisas. Ao mesmo tempo, assumo uma responsabilidade gigantesca em muitos sentidos. Sou muito feliz por ter todos esses dons.
Como funciona seu processo de composição? Você tem alguma rotina ou inspiração específica?
Sempre costumo dizer que “a música nasce”. Nada por encomenda, mas, sim, por inspiração. Do nada eu sinto a sensação de ter que colocar algo pra fora, esteja onde estiver. Pego um pedaço de papel, gravo a melodia no celular para não esquecer, e assim, naturalmente, vou aumentando o número de composições.
Suas músicas refletem experiências pessoais? Alguma canção tem um significado especial para você?
A maioria delas são oriundas de experiências próprias. Há uma canção (não muito conhecida) que particularmente, é a que mais gosto. Ela fala sobre quem precisa se dá bem com a poesia que há dentro de si. Uma questão de convivência. E a outra, é a que fiz para minha vó, dona Zirô. São como se fosse um hino para mim.
Qual foi o maior desafio que você enfrentou nas suas apresentações?
O maior desafio tem sido a resistência de trabalhar com um repertório extremamente ligado a MPB. Uma maioria de pessoas me fazem pedidos de músicas que não condizem com o meu estilo musical. Isso me incomoda, mas, é também o que me faz destacar e ser solicitada para diversas ocasiões especiais.
Já pensou em escrever um livro?
Tenho trabalhado numa obra poética intitulada “arrumação”. Em breve pretendo lançá-la.
Como você vê a música brasileira hoje? Quais cantores (a) novos têm chamado sua atenção?
Confesso que me preocupo muito com essa questão. As músicas já não tem mais letras como antes, as melodias são só duas notas, temos perdido qualidade sonora. Cantores como Martins, Rubel, e outros da “nova MPB” tem me ganhado”.
O que você gosta de fazer quando não está envolvida com música?
Adoro me envolver com questões burocráticas. É um verdadeiro caminho sem volta, depois que você adentra nesse mundo. Fora isso, gosto de explorar a tecnologia no sentido do audiovisual.
Tem alguma história engraçada ou curiosa dos bastidores das suas apresentações?
Sim. Certa vez perdi a oportunidade de uma participação com um artista nacional, porque a equipe dele me confundiu com uma outra pessoa.
Como surgiu o convite para assumir a Secretaria de Cultura e Turismo de Viçosa?
O convite foi feito através do meu amigo, prefeito Ramon. Ao contrário do que a grande maioria pensa, não pleiteei isso. Foi uma surpresa pra mim, quando ele me direcionou a esse grandioso desafio. Daí então, tenho feito tudo com carinho, dedicação e afinco.
Como você equilibra sua carreira musical com as responsabilidades como secretária de cultura e turismo de Viçosa?
Confesso ser complicado, na grande maioria das vezes. As agendas nem sempre se encaixam, mas vou vencendo com fé em Deus e vontade de crescer com honestidade.
Você sente que sua experiência como cantora influencia sua gestão na Secretaria de Cultura?
Sem dúvidas. Ser parte do grupo de artistas do município faz com que eu os compreenda melhor, e assim possa lidar com as demandas com uma sensibilidade maior.
Como a secretaria tem apoiado as atividades culturais em Viçosa?
Apoiamos diretamente diversos potenciais culturais de nosso município. Como por exemplo, a banda de música. Também organizamos e gerimos um grupo de artesãos locais, desde o autoconhecimento e autoreconhecimento de todos nesse meio, até o apoio em suas produções, através de recursos que chegam na ponta.
O que você espera deixar como legado na Secretaria de Cultura?
A noção do potencial cultural que temos é algo que temos trabalhado como “formiguinha” para que as pessoas enxerguem a Viçosa que temos. Além disso, espero que fiquem estabelecidas ações que influenciem na ampliação do acesso à cultura para todos, a formação e capacitação de artistas e agentes culturais que tanto batalhamos, a integração da cultura com demais áreas, e a descentralização das ações culturais de modo geral.
Há algum evento ou iniciativa cultural que você considere um marco da sua gestão?
Sim. A criação do grupo Mulheres em Círculo, a criação do Nosso Festival Cultural durante a JOCEV’S, dentre outras.
Fotos: Instagram
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