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sexta-feira, 20 de outubro de 2023

PF DIZ QUE ABIN DE BOLSONARO MONITOROU ILEGALMENTE JORNALISTAS, POLÍTICOS E ADVERSÁRIOS

Operação Última Milha visa prender dois ex-agentes da Abin e cumprir 25 mandados de busca e apreensão.

Jornalistas, advogados, políticos e adversários do governo Bolsonaro estão entre as pessoas que foram monitoradas ilegalmente por um grupo de agentes que são alvo da Operação Ultima Milha, realizada nesta manhã pela Polícia Federal.

A operação investiga o uso ilegal de um sistema secreto de monitoramento da localização de pessoas por meio dos sinais de celular durante os três primeiros anos do governo Bolsonaro, na gestão do ex-diretor Alexandre Ramagem.

Além da prisão preventiva de dois agentes – um já foi preso – a operação cumpre 25 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. As medidas judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal.

De acordo com as investigações da PF, a ferramenta chamada “FirstMile”, comprada por R$ 5,7 milhões de reais sem licitação no governo Temer, permitia rastrear o paradeiro de uma pessoa a partir de dados transferidos do celular para torres de telecomunicações instaladas em diferentes regiões.

Depoimentos e evidências colhidos pela PF demonstram que adversários do governo Bolsonaro – inclusive agentes da Abin – foram monitorados por meio desse sistema sem justificativa oficial.

O uso irregular da ferramenta, revelado pelo GLOBO em março deste ano, gerou questionamentos internos na Abin e levou à abertura de um procedimento interno para apurar o caso.

De acordo com fontes da PF, os dois agentes presos não só participaram do monitoramento como, mais adiante, teriam usado o fato de saberem do uso irregular do sistema para tentar evitar serem demitidos.

Fonte: Malu Gaspar/O Globo

Foto: Agência O Globo

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