Mas, além da dose única, como a vacina da Johnson & Johnson se diferencia das demais?
Do que a vacina é feita?
A vacina da companhia é baseada no adenovírus – assim como a de Oxford com a AstraZeneca e a do Instituto Gamaleya. Nessa tecnologia, o adenovírus (grupo de vírus que causam doenças respiratórias) é unido ao material genético das proteínas da espícula do coronavírus (que são usadas pelo vírus para infectar as células humanas).
E o transporte da vacina?
O imunizante da J&J podendo ser armazenada em geladeiras comuns por até três meses, ao contrário das vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna, que usam a tecnologia do RNA mensageiro (mRNA) e que precisam ser mantidas em graus negativos, o que pode facilitar o seu transporte para outros países.
Por que a dose única pode tornar as campanhas de vacinação mais simples?
Ao contrário das vacinas CoronaVac, da Pfizer/BioNTech e da Moderna, a vacina da J&J tem uma eficácia superior a 50% logo na primeira dose.
Isso deve facilitar a vacinação porque, em casos de duas doses, as pessoas podem acabar se esquecendo de tomar a segunda ou achar que estão seguras logo após a aplicação da primeira – o que não é verdade. Uma vacina de dose única, no entanto, evita esse tipo de problema.
Em um comunicado, o vice-diretor do braço científico da Johnson afirmou que “uma vacina de uma dose é considerada a melhor opção pela OMS em uma pandemia porque aumenta o acesso, a distribuição e a conformidade.”
Qual a eficácia da vacina contra as novas variantes do vírus?
A eficácia da vacina apresentou uma variação nos locais em que foi testada. Nos Estados Unidos, ela teve 72% de eficácia, 66% na América Latina e 57% na África do Sul – o que pode indicar que o imunizante não funciona tão bem contra as novas variantes.
Em relação a casos severos, a vacina teve uma eficácia de 85% em todas as regiões do estudo após 28 dias da vacinação. Não aconteceram casos de reações severas depois da administração do imunizante.
Na tarde desta quinta-feira, 28, a americana Novavax também anunciou os resultados da eficácia de sua vacina (89,3%) e afirmou que ela não tem eficácia tão alta contra a cepa encontrada no país africano, aumentando a preocupação com as vacinas já aprovadas no mundo todo.
Isso não significa que as vacinas não funcionam, mas sim que elas precisarão ser atualizadas frequentemente – quase como a da gripe.
Fonte: Exame/Blog do BG
Foto: Michael Ciaglo/Getty Images
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