Segundo funcionários do Ministério da Educação (MEC), o sorriso irônico que Abraham Weintraub exibia no início de sua gestão deu lugar a uma fisionomia tensa. O ministro, criticado em meio a falhas no Enem e no vazamento da lista do Sisu, tem passado boa parte do tempo na busca de apoio para continuar no cargo. A avalanche de reclamações e a pressão pela sua demissão fez cair por terra o estilo autoconfiante de outrora.
Enquanto Weintraub tenta neutralizar os ataques contra si, que partem inclusive de seus próprios colegas de governo, a gestão do ministério, que já era confusa, fica cada vez mais errática. Várias diretrizes que deveriam ter sido dadas em 2019 para este ano não foram traçadas e os estados e municípios vão voltar às aulas sem definições importantes em temas como repasses de verbas para matrícula e merenda, por exemplo.
Outro caso que ilustra a balbúrdia reinante no MEC é a desorientação da Secretaria de Ensino Superior, cujo responsável, Arnaldo Lima Junior, pediu demissão esta semana.
Duas iniciativas que Lima Junior identifica como as principais de sua gestão, o Future-se (plano que abre espaço para participação da iniciativa privada nas universidades federais) e a nova carteirinha estudantil, podem ficar sem efeito porque foram anunciadas antes da aprovação no Congresso.
Em busca de apoio
Weintraub tenta se garantir no cargo como pode. Apela à ala bolsonarista do PSL e outros partidos governistas. Na terça-feira, quando esteve em São José dos Campos (SP) para visitar obras do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, dedicou parte do tempo a uma reunião com deputados estaduais e pediu que eles expressassem apoio nas redes sociais.
Seu principal trunfo para tentar resistir são os filhos do presidente, em especial o deputado Eduardo Bolsonaro, graças a seu alinhamento às ideias de Olavo de Carvalho. Para defender o ministro, Eduardo chegou a dizer à revista Época que "o Enem foi um sucesso".
O mote da defesa é de que Weintraub estaria sendo vítima de uma trama delirante urdida pelos inimigos. "Gostaria de agradecer a todos vocês que estão me defendendo da campanha difamatória e mentirosa comandada por famílias oligarcas e por grupos de esquerda", tuitou o ministro, na quinta-feira.
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Fonte: Chico Alves/UOL
Foto: Romero Cunha/Casa Civil
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