Polícia investiga o caso, e docente da rede estadual nega todas as acusações.
A Polícia Civil investiga um suposto caso de assédio cometido por um professor de educação física de 41 anos na Escola Estadual Professora Marina Cintra, na Consolação (região central), contra uma aluna de 11 anos.
Outras 16 garotas, entre 11 e 14 anos, relataram à direção do colégio também terem sido vítimas. Os depoimentos delas estão no livro de registros da escola, unidade tradicional da rede estadual. O professor nega as acusações.
Oficialmente, até esta segunda-feira (24), o delegado titular do 4º Distrito Policial havia instaurado inquérito para apurar o caso da aluna de 11 anos. Os pais dela registraram boletim de ocorrência na última sexta, após a filha relatar o que teria ocorrido. A escola orientou as famílias das outras estudantes a procurar a polícia.
Acompanhada dos pais, a menina contou à reportagem que, na aula, após brincar de queimada, pegou um livro para folhear enquanto descansava. Foi quando o professor se aproximou, segundo ela. Em seu relato, a estudante afirma que ele lhe perguntou sua idade, se era virgem e se perderia a virgindade com ele.
Diante disso, a aluna diz ter levantado e ligado para a mãe e procurado a diretoria. No boletim de ocorrência, ela afirma ainda que o professor perguntou se ela lhe mandaria “nudes” (fotos nua).Estudantes relataram que, na mesma manhã, o professor lamentou o fato de elas não poderem usar shorts.
Após a garota procurar a direção da escola, outras 16 alunas também disseram ter sido assediadas. Quando o professor foi embora, estudantes chutaram o carro dele e quebraram o retrovisor. Nesta segunda, eles não entraram nas salas de aula pela manhã e fizeram protesto no pátio.
Alunas dizem que os supostos assédios ocorriam há tempos, mas tinham medo de denunciar por ser ameaçadas.
As estudantes afirmam ainda que o professor as chamava de gostosas durante as aulas e teria tocado nas nádegas de pelo menos duas delas.
A Secretaria de Estado da Educação afirmou em nota que, após receber as denúncias de pais e alunos, o professor foi “imediatamente afastado” e que não voltará à unidade. A pasta diz que “repudia toda conduta desse tipo e considera o caso inadmissível”.
Segundo a legislação, o docente tem três dias para apresentar sua defesa, durante o processo interno de averiguação. Se comprovadas as denúncias, o contrato de trabalho será extinto e ele, demitido. Também são investigados os relatos de que ele teria assediado alunas em outra escola.
OUTRO LADO
O professor de educação física afirmou à polícia que as acusações são falsas e que estão causando transtorno familiar a ele. A declaração foi dada nesta segunda de manhã, ao registrar um boletim de ocorrência de ameaça.
O professor disse à polícia que está sendo acusado injustamente, inclusive pelas redes sociais, e registrou o ocorrido com o carro. Reportagem não localizou o profissional.
Fonte: Elaine Graconato/Folha de São Paulo
Foto: Ronny Santos/Folhapress
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