Ricardo Barros afirma que foi mal interpretado em sua declaração.
Um dia depois da repercussão negativa da declaração emitida sobre o pouco cuidado masculino com a saúde, o ministro Ricardo Barros (Saúde) pediu desculpas e afirmou nesta sexta-feira que foi mal interpretado. Ele disse, em nota, que jamais diria que os homens trabalham mais que as mulheres. Ele diz, também agora, que as mulheres, além de trabalhar fora de casa, cuidam também das tarefas domésticas.
“Conhecendo o quanto as mulheres trabalham, eu jamais diria que os homens trabalham mais que as mulheres. Quero deixar claro que eu me referia ao número de homens no mercado de trabalho, que ainda é maior”, diz Barros na nota do ministério.
“As mulheres, além de trabalhar fora, têm as tarefas de casa, cuidam da família e ainda arrumam tempo para cuidar da saúde. A campanha que lançamos quer espelhar esse exemplo das mulheres”, continua o ministro.
Na entrevista de ontem, Barros afirmou que os homens cuidam menos da saúde porque trabalham mais que as mulheres.
— É uma questão de hábito, cultura. Os homens, até porque trabalham mais, são os provedores da maioria das famílias, não acham tempo para se dedicar à saúde preventiva. Mas é realmente uma cultura que precisa ser modificada. Quem precisa acha tempo — disse o ministro.
Ele cita a pesquisa Síntese de Indicadores Sociais, do IBGE, na qual aponta que das pessoas de 16 anos ou mais de idade ocupadas, 53,7 milhões são homens e 39,7 milhões, mulheres.
A filha do ministro, a deputada estadual Maria Victoria Borghetti Barros (PP-PR), também criticou a fala do pai.
“Hoje eu tive que dar um ‘puxão de orelhas’ no meu pai, que deu a entender que os homens trabalham mais que as mulheres...”, escreveu no Facebook.
Em um VÍDEO, ela fala:
— Pai, logo o senhor, com duas mulheres como nós em casa, a vice-governadora do estado do Paraná, Cida Borghetti, e eu, deputada estadual, que trabalhamos tanto quanto o senhor. (...) E não precisa de dados para mostrar o quanto as mulheres trabalham nesse Brasil inteiro. Depois de trabalhar fora de casa, ainda tem de trabalhar em casa, a famosa jornada dupla de trabalho. Não é isso mulherada?
Fonte: Evandro Éboli/O Globo
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