O governador Robinson Faria (PSD) pode ter aberto um precedente perigoso ao concordar com a exoneração da diretora do presídio de Alcaçuz, Dinorá Simas, a pedido dos presos.
Dinorá era alvo de críticas dos apenados porque estava cumprindo a lei e mantendo o rigor no trabalho para impedir a entrada de drogas e materiais ilícitos dentro da maior penitenciária do Estado.
O rigor de Dinorá gerou forte insatisfação entre os presos, que se rebelaram e pediram a cabeça dela.
O secretário da Justiça e da Cidadania, Zaidem Heronildes, resolveu entregá-la numa bandeja.
Outra cabeça rolou. A do diretor do Pavilhão 5 de Alcaçuz, Osvaldo Júnior, que cumpria as ordens de Dinorá.
Ao que parece, o governo decidiu atender o pedido dos presos para evitar novas rebeliões, já que o presídio está superlotado e sem condições de receber mais nenhum preso. Alcaçuz tem capacidade para 600 apenados, e abriga mais de 1,2 mil deles.
Em nota, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio Grande do Norte demonstrou preocupação com a atitude do governo.
Diz o texto do Sindasp: "Os agentes penitenciários estão se sentindo abandonados e traídos pelo Governo do Estado, pois têm feito todo esforço possível para manter a ordem no Sistema Penitenciário e, ao invés de receberem valorização e apoio, veem o Estado atender ao que pedem os presos".
O sindicato está correto ao contestar a medida governamental.
Se for atender pedidos como este em todas as unidades prisionais, o governo corre o risco de perder o controle de todo o sistema. Já imaginou esse controle nas mãos dos custodiados?
A exoneração de Dinorá Simas é uma tremenda inversão de valores. Triste do poder que não manda.
Fonte: http://www.nominuto.com/
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COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.