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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ESCOLA POBRE DO PIAUÍ TEM 153 MEDALHAS DE MATEMÁTICA.

À primeira vista, parece que uma coisa não combina com a outra. Cocal dos Alves, cidade do interior do Piauí, está entre as 30 cidades com o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país. De 0 a 1, o município tem índice 0,498, na posição 5.535, entre 5.565 cidades.
Ao mesmo tempo, Cocal dos Alves possui uma das mais premiadas escolas públicas do país, campeã em diversas olimpíadas do conhecimento e com inúmeras aprovações em vestibulares de universidades públicas do Piauí. A escola de ensino médio Augustinho Brandão foi considerada a instituição estadual com a maior média no Enem 2012 em todo o Estado -- o resultado do Enem 2013 por escola ainda não foi divulgado.
Como pode uma escola pública ter tantos casos de sucesso em olimpíadas e vestibulares em um local tão carente e desprovido de ajuda? Assim como tudo nesta história, a resposta é ao mesmo tempo simples e um tanto complexa. No caso da escola Augustinho Brandão bastou juntar um grupo de professores cheios de vontade de mudar uma cruel realidade social.
"São 12 anos de estrada. Em 2003, éramos um grupo de jovens professores que simplesmente começou a trabalhar de maneira séria", explica a atual diretora da escola, Aurilene Vieira Brito.
Ao mesmo tempo que implantaram um trabalho intenso em sala de aula, eles foram atrás de qualificação e conhecimento para ensinar – e posteriormente cobrar – os alunos. Tudo isso, enquanto se viravam para lecionar em uma escola sem estrutura.
Em pouco tempo, os professores começaram a notar a diferença. É verdade que, com um ensino mais puxado, as cobranças também se intensificaram. No começo, alguns alunos chegaram até a cogitar desistir da escola, por causa da dificuldade. Mas, algo os motivou a continuar.
Dois anos depois da mudança de mentalidade e de metodologia, um dos professores decidiu inscrever alguns alunos da escola em uma competição de matemática, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).
"Nossos alunos arrebentaram. A Obmep serviu como avaliação do nosso trabalho. Um termômetro que nos mostrou que estávamos no caminho certo", afirma Aurilene.

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Fonte: Thiago Varella/http://educacao.uol.com.br/

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