Fruto de parceria inédita entre a Universidade de São Paulo e o jornal O Estado de S. Paulo, a partir desta quinta-feira, 1, todo cidadão brasileiro com acesso à internet poderá frequentar a Corrupteca - traduzindo, a maior biblioteca digital especializada em corrupção do mundo.
E não só: ao ingressar via online na biblioteca, o usuário poderá acessar tudo o que foi publicado sobre o tema corrupção no Estado desde a fundação do jornal, em 1875.
Além da parceria entre universidade e o jornal, o terceiro pilar deste acervo documental é a Open Archives Initiative (OAI), entidade que se dedica a interligar conteúdos digitais do meio acadêmico, subvencionada por instituições americanas como a Andrew W. Mellon Foundation, a Coalition for Networked Information, a Digital Library Federation e a National Science Foundation.
Voltada para um fenômeno de alta incidência no Brasil e em várias partes do mundo, a Corrupteca nasceu em discussões acadêmicas no Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas da USP (Nupps), por sua vez ligado à reitoria da universidade e dirigido pelo cientista político José Alvaro Moisés. Portanto, será por meio do endereço eletrônico do núcleo - nupps.usp.br/corrupteca - que o ingresso será feito, a partir desta quinta.
Ao entrar no site, o usuário da biblioteca também poderá ser direcionado ao Acervo Estadão, com acesso irrestrito para assinantes.
Todos terão acesso
Ao conectar o mundo por intermédio de um tema-chave e dar acesso a parte do Acervo Estadão, todo digitalizado, a Corrupteca nasce como um instrumento de trabalho para estudantes, jornalistas, acadêmicos, operadores da Justiça, líderes sociais, representantes políticos, empreendedores.
Ou seja, mesmo sendo uma biblioteca 100% especializada. a ideia é atender o público na sua diversidade.
"Em uma única ferramenta de busca, encontra-se informação e produção científica sobre distintas práticas da corrupção, em diferentes épocas", diz Eldasi.
Para tanto, a tecnologia empregada é a Web 3.0, ou Web Semântica, que funciona por significados em vez de dados.
Num trabalho multidisciplinar entre as áreas da ciência política, do direito e da história, criou-se no Nupps uma espécie de "ontologia da corrupção", que serve de filtro para garantir precisão ao material pesquisado.
Um exemplo: se "lavagem de dinheiro" é uma expressão de uso recente, a busca semântica consegue resgatar casos em que esta prática já acontecia, mas sob outros nomes.
E assim, ao atravessar décadas e décadas de cobertura do Estado, a Corrupteca revelará também uma evolução da linguagem, desde os tempos das "malfeitorias" do Império.
"O Grupo Estado acolheu de imediato a proposta do Nupps, alinhada com os objetivos do nosso acervo, cuja digitalização colocou conteúdos históricos à disposição do País", resume Ricardo Gandour, diretor de Conteúdo do Grupo Estado.
Fonte: Fator RRH
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