A deputada Manuela D’Ávila lançou nesta quarta-feira sua candidatura à presidência pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), com uma convocação à unidade dos partidos de esquerda e um pedido de liberdade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Se não conseguirmos a unidade nos dias que nos separam (do final do prazo de registro de candidaturas, em 15 de agosto), seremos os porta-vozes da unidade durante o primeiro turno e esperamos que no segundo estejamos juntos”, disse Manuela D’Ávila na convenção do PCdoB, realizada em um auditório do Congresso Nacional, em Brasília.
Aos 36 anos, a deputada pelo Rio Grande do Sul conta com menos de 2% das intenções de voto nas pesquisas, lideradas por Lula, cuja candidatura será provavelmente invalidada por sua situação judicial, e pelo deputado de ultra-direita Jair Bolsonaro.
O PCdoB, que tem 10 deputados de um total de 513, integra desde 1989 as coalizões lideradas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula, e ocupou vários ministérios em seus governos (2003-2010) e de sua sucessora Dilma Rousseff (2011-2016).
Manuela propôs uma grande coalizão de partidos de esquerda e centro-esquerda: o PT, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Por enquanto as negociações têm sido infrutíferas, e vários desses partidos já nomearam seus candidatos, como Ciro Gomes, pelo PDT, e Guilherme Boulos, pelo PSOL.
O PT lançará neste sábado a candidatura de Lula, preso desde abril em Curitiba, cumprindo a pena de 12 anos e um mês por corrupção. O PT garante que não tem nenhum plano alternativo, acentuando as incertezas que pesam sobre essas eleições.
Vestida com uma camiseta branca com a frase “Lute como una garota”, D’Ávila criticou a prisão de Lula, que na sua opinião é resultante da perseguição contra as forças de esquerda.
“Lula está preso porque lidera as pesquisas”, afirmou a candidata.
Para Manuela, sua candidatura representa uma alternativa à “grave crise” que o Brasil atravessa. Seu plano de governo inclui a suspensão do programa de privatizações lançado pelo governo de Michel Temer.
A deputada, casada e mãe de dois filhos, também se definiu como “a única feminista de esquerda” que se candidata ao cargo, e denunciou o “golpe contra a democracia”, com o impeachment de Dilma Rousseff em 2016 e a chegada ao poder do “neoliberal” Temer.
Fonte: IstoÉ/AFP
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