Liderados pelo pré-candidato à presidência em 2014, PSDB anunciou apoio integral aos independentes e seu candidato Pedro Taques. No entanto, nos bastidores são dados como certos votos na candidatura vitoriosa de Renan Calheiros.
“O rio corre para o mar”, anunciava na quinta-feira (31) um senador peemedebista pouco confortável em votar em Renan Calheiros (PMDB-AL), mas que o apoiou para evitar represálias no partido e pela falta de opções dentro da legenda. O resultado esperado se confirmou com os 56 votos obtidos por Renan na votação secreta de sexta-feira (1º). Porém, havia a expectativa por um desempenho melhor do candidato independente Pedro Taques (PDT-MT), especialmente após o anúncio de que teria o apoio maciço da bancada do PSDB no Senado.
Porém, logo que os votos começaram a ser contados ficou evidente que os 11 votos prometidos pelo PSDB não apareceram nem de longe, apesar do anúncio oficial feito por Aécio Neves (PSDB-MG). O tucano, pré-candidato à Presidência da República em 2014, empenhou-se em levar o partido a um pólo distante de Renan, o candidato com as bênçãos do Palácio do Planalto, da presidenta Dilma Rousseff (PT). Para senadores ouvidos pelo Congresso em Foco, o episódio foi uma derrota para Aécio, que mostrou uma liderança fragilizada entre seus colegas. mas, lógico, não o suficiente para implodir seus anseios de disputar as eleições presidenciais no ano que vem.
Taques teve apenas 18 votos. A expectativa é que chegasse ao menos aos 23. Somadas, as bancadas dos partidos que apoiaram o pedetista chegam a 25 senadores. E ainda havia parlamentares independentes, como Ana Amélia (PP-RS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), com quem o grupo contava. Neste cenário, os tucanos foram apontados como principais responsáveis pelo fiasco.
Reservadamente, o próprio Aécio confidenciou que se surpreendeu com a votação baixa. Não imaginava, obviamente, que os correligionários Flexa Ribeiro (PA) e Mário Couto (PA) apostassem suas fichas no azarão em nome da ética. Flexa mirava a primeira secretaria do Senado, cargo para o qual acabou eleito. Apelidada de “prefeitura” da Casa, o órgão administra licitações, contratos e um orçamento de R$ 3,5 bilhões. O PMDB ameaçava não apoiá-lo no posto se houvesse 22 ou 25 votos do lado que Taques. Com a baixa votação do “anticandidato”, o senador tucano conseguiu ser escolhido para o poderoso cargo.
Fonte: Eduardo Militão/Congresso em Foco
Foto: José Cruz/ABr
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