A senadora paranaense Gleisi Hoffmann, que responde a processo da Operação Lava Jato, foi eleita neste sábado (3) em Brasília como a nova presidente do PT, com 367 votos. Ela substitui Rui Falcão, que ficou seis anos no cargo, e será a primeira mulher a comandar o partido. Gleisi assume o comando do PT após um período em que, em pouco mais de três anos, o partido venceu sua quarta eleição presidencial consecutiva, foi alvo de um impeachment que tirou Dilma Rousseff do poder e viu algumas de suas principais lideranças presas ou investigadas na Lava Jato. No discurso em que defendeu sua candidatura, Gleisi disse que o partido não vai ficar "enumerando" seus erros para que sejam explorados pela "burguesia". "Nós fazemos o resgate dos nossos erros na prática", afirmou. A senadora afirmou que faltou ao PT uma "entrada maior" nos movimentos sociais, principalmente nos da juventude.
Mesmo assim, segundo a senadora, "não teve, em 500 anos de história do nosso país, governos melhores que os do PT".
Em entrevista ao UOL, Rui Falcão --que dará lugar a Gleisi na presidência do partido-- disse que o PT "está vindo de um processo de recuperação". Desde a queda de Dilma, Gleisi e outros nomes de peso do PT têm sido favoráveis a realização de eleições diretas para presidente. Seja em um pleito antecipado --o que exigiria a aprovação de uma emenda constitucional-- ou em 2018, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá ser o candidato do partido.
Filiada à legenda desde 1989, Gleisi também foi ministra da Casa Civil entre 2011 e 2014, no governo de Dilma Rousseff. A senadora disputava a presidência do PT com um colega de bancada, Lindbergh Farias (PT-RJ), que teve 226 votos, e com o pernambucano José de Oliveira.
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